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Invasores ocupam quartos do hotel St. Peter. Nem a suíte presidencial escapou

Justiça já determinou reintegração de posse e retirada dos sem-teto. Operação deve ocorrer nesta terça-feira (15/9)

atualizado

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Invasores se instalaram nas suítes do hotel.*Fotos: Rafaela Felicciano**
1 de 1 Invasores se instalaram nas suítes do hotel.*Fotos: Rafaela Felicciano** - Foto: null

Cama king size, televisão de última geração, música ambiente, banheira de hidromassagem e piscina. O grupo de sem-teto que invadiu o St. Peter, no Setor Hoteleiro Sul, na madrugada desta segunda-feira (14/9), ocupou várias suítes do hotel, inclusive a presidencial, que tem cerca de 80 metros quadrados. Os integrantes do Movimento de Resistência Popular (MRP) alegam que as portas dos quartos estavam abertas e eles se acomodaram. Garantem que só vão abrir mão dessa mordomia quando o Governo do DF der a eles moradia. Os ocupantes vêm das cidades de Brazlândia, Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas.

Representantes do hotel entraram com o pedido de reintegração de posse e a Justiça já atendeu a solicitação. Como a determinação só saiu no início da noite, a Polícia Militar preferiu deixar para retirar os sem-teto nessa terça (15). Para evitar a entrada de outros invasores, os empresários cercaram a área com seguranças particulares. A pedido do Governo do Distrito Federal (GDF), não foram cortadas a energia e a água. Os donos do edifício alegam que os sem-teto arrombaram portas para entrar no hotel e nos quartos.

Já os invasores garantem que vão permanecer. “Vamos ficar aqui até o governo acatar a nossa reivindicação. Queremos um contato direto com o governador Rollemberg, sem intermediários”, destacou Francinaldo Silva, um dos líderes do movimento. Eles alegam que 450 invasores estão no hotel. A Polícia Militar diz que são 70 pessoas.

 

Área de lazer do hotel também foi ocupada*Fotos: Rafaela Felicciano/Metrópoles**

 

Quartos estavam abertos, dizem invasores. Garantem que só deixam mordomia depois que GDF der teto a eles

 

Os invasores chegaram por volta das 2h10. De acordo com a Polícia Militar do DF, o grupo quebrou duas portas de vidro para invadir o local, que está fechado em razão de uma disputa judicial entre os sócios. As famílias de sem-teto levaram colchões, cobertores e alimentos. Ainda segundo a PM, um representante do empreendimento está negociando com o MRP e solicitou a reintegração de posse.

Brasília(DF), 14/09/2015 - Invasão st peter. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Sistema de som e luzes ligado na banheira de hidromassagem na suíte presidencial

Um vídeo divulgado pela Polícia Militar mostra os componentes do MRP durante a invasão. Por volta das 9h, o subsecretário de Movimentos Sociais e Participação Popular, Acilino de Almeida, chegou ao local para negociar com os invasores. Foi agendada uma reunião entre Terracap, Codhab e as secretarias de Habitação e Movimentos Sociais para a tarde desta segunda. O objetivo é fazer uma oferta aos sem-teto para que eles saíam do hotel.

Grupo de 70 invasores chegou na madrugada e ocupou hotel

Histórico

O hotel foi construído pelo ex-deputado federal Sérgio Naya, que se tornou nacionalmente conhecido depois do desabamento do edifício Palace II, no Rio de Janeiro, em 1998. A queda provocou a morte de oito pessoas, além de deixar 150 famílias desabrigadas. Naya morreu em 2009.

Em setembro do ano passado, o St. Peter ganhou destaque nacional quando por mais de sete horas um homem manteve um funcionário dentro de um quarto do hotel e o obrigou a usar um colete em que supostamente estaria material explosivo. Ao final, ele se rendeu e verificou-se que o explosivo era falso.

No último sábado (12), houve uma operação da Subsecretaria de Ordem Pública e Social, da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social para retirar as famílias que ocupavam o Setor Bancário Norte. Acampados desde julho no local, os integrantes do movimento não ofereceram resistência. A ação de desocupação ocorreu por volta das 6h. A ação mobilizou mais de 140 profissionais, entre policiais militares e servidores do governo. Sem destino, os invasores procuravam um local para acampar quando, segundo eles, viram a porta da recepção do hotel encostada. Não pensaram duas vezes e entraram.

Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Bandeiras do MRP decoram a fachada do hotel

Sem acordo
Em julho, o GDF ofereceu uma área no Setor O, de Ceilândia, para que as famílias se instalassem até serem contempladas pelo programa de moradias populares do governo. Diante da recusa de oferta, os integrantes do MRP foram obrigados a deixar o local. Os sem-teto reivindicam a prorrogação do auxílio-moradia até que o governo conceda aos seus integrantes lotes em assentamentos populares. Em outras ações do grupo, houve confusões. No dia 9 de julho, eles obstruíram uma via do Eixinho Norte, próximo à sede da Secretaria de Fazenda, ateando fogo em pneus e usando galhos.

Em nota, o MPR informou que pretende resistir diante da ameaça de reintegração de posse, prevista para esta terça-feira, e atribuiu à Polícia Militar a responsabilidade pela quebra dos vidros, na noite anterior. Além disso, o movimento negou ter recebido a oferta de um terreno do GDF.

“O MRP afirma que nunca houve essa proposta e que está ansioso por uma nova negociação e aguarda que o GDF realmente disponibilize essa área para a construção das casas. O GDF continua se recusando a avançar nas negociações e será certamente o responsável por qualquer desfecho violento dessa ação”, diz o documento divulgado por lideranças do movimento.

Vídeo: Rafaela Felliciano

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