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Sem efetivo e temendo motim, visitas na Papuda são suspensas de novo

Subsecretaria do Sistema Penitenciário havia garantido que haveria visitação nesta quarta. PM usou spray de pimenta para dispersar familares

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1 de 1 visita, papuda - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Apesar de a Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe) garantir que haveria visita aos presos durante o feriado de Finados (2/11), os familiares dos detentos que chegaram à Papuda na madrugada desta quarta-feira não conseguiram entrar. Logo cedo foram avisados pela Polícia Militar que a visitação estava suspensa por “falta de efetivo”. O clima ficou tenso e os policiais usaram até spray de pimenta para dispersar os parentes, a maioria mulheres, dos presos.

A Secretaria de Segurança Pública explicou que a suspensão ocorreu por “razões de segurança”. Em nota, informou que “a medida adotada visa garantir a incolumidade das presas e dos presos, bem como de seus familiares e visitantes”. Ainda de acordo com a pasta, relatórios da inteligência apontaram o risco de os presos fazerem os visitantes reféns ao final das visitas desta quarta nas unidades prisionais. A secretaria não decidiu ainda se a suspensão será mantida nesta quinta (3).

Insatisfeitos, os familiares chegaram a fechar a DF-465, que dá acesso ao presídio, e informaram que só vão sair após a visita ser liberada. Cerca de 100 familiares estão no local e o trânsito, após a ação da PM, flui normalmente.

 

Muitos parentes permaneceram na fila mesmo após a orientação da PM para irem embora. “Entre eles estava Maria Figueiredo, 53 anos. Ela contou que não vê o filho há 21 dias: É um absurdo avisarem em cima da hora que não vai ter mais visita. Chegamos de madrugada, dormimos na fila. É uma falta de respeito. Não vamos sair daqui.”

As visitas estavam suspensas por conta da greve dos agentes penitenciários. Nesta terça (1), a Sesipe informou que a visitação seria retomada, com restrições. Só estava permitida a entrada de mulheres, e assim mesmo duas por preso. As revistas seriam feitas pelos agentes que não estão em greve, com o apoio de policiais militares, civis e dos bombeiros. Os PMs disseram, entretanto, que não foram informados de que teriam que fazer a revista.

Um agente contou ao Metrópoles que o áudio atribuído à mulher de um detento vazou nas redes sociais. Na gravação, ela incitava os parentes que fossem visitar os presos a permanecerem nas unidades após o término das visitas, o que poderia causar uma grande confusão. Por isso, em caráter emergencial, a visitação teria sido suspensa.

Ouça o áudio:

Márcia de Alencar, secretária de Segurança Pública e da Paz Social, disse à reportagem que as lideranças dos movimentos ligados aos familiares dos presos foram informadas, ainda na madrugada, que a visitação seria suspensa e o motivo.

 

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