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Rollemberg defende viatura para familiares de secretária de Segurança

Governador sustentou ainda que Márcia de Alencar é civil e comanda o sistema prisional do DF. Buriti admite, no entanto, que nunca houve qualquer ameaça à titular da pasta ou a seus parentes

atualizado

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Mirelle Pinheiro/Metrópoles
secretária de segurança, márcia de alencar
1 de 1 secretária de segurança, márcia de alencar - Foto: Mirelle Pinheiro/Metrópoles

Para o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), a secretária da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar, precisa de escolta para os filhos por “ser mulher, civil e dirigir o sistema prisional do DF”. Por duas vezes, nesta quarta-feira (27/4), o socialista destacou a condição de mulher da titular da pasta para defender o uso de um carro oficial destinado a levar e buscar parentes da titular da pasta à escola, conduzido por um policial militar.

 “Acho bastante razoável que uma secretária de Segurança Pública, mulher, civil e que dirige o sistema prisional tenha algum tipo de proteção especial para seus parentes menores de idade”, disse o governador.

A condição feminina também foi reforçada pela própria secretária: “Só tenho a declarar que isso tudo se trata de uma questão de gênero”.

Rollemberg e Márcia de Alencar se encontraram logo cedo (foto de destaque), na cerimônia de homenagem a 1.984 praças e 170 oficiais da Polícia Militar que foram promovidos no mês passado. O evento ocorreu na Academia da PM, no Setor Policial Sul.

Porém, ao ser questionado sobre se ter apenas um policial militar designado para a tarefa de dirigir a viatura e proteger os familiares seria suficiente, o que derrubaria a tese de haver um esquema de segurança elaborado para evitar um ataque, ele titubeou: “Aí não é comigo. O protocolo de segurança não é comigo”.

Ouça o áudio de Rollemberg:

 

Prevenção
O Palácio do Buriti ressaltou que a medida foi tomada de forma preventiva, já que não houve qualquer ameaça a Márcia de Alencar e a seus familiares desde que ela assumiu o cargo. “A gente tem que primar pela prevenção”, justificou o chefe da Casa Militar, coronel Cláudio Ribas.

O militar, entretanto, reconheceu que a Casa Militar não recomendou o mesmo tratamento a Bruna Pinheiro, diretora da Agência de Fiscalização (Agefis), que no ano passado recebeu efetivamente diversas ameaças após ações de derrubadas em vários pontos do DF. “Não fomos procurados por ela”, argumentou.

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Militar e a viatura descaracterizada usada para transportar familiares da secretária de Segurança

 

 

Primeira vez
Cinco dos ex-ocupantes do maior cargo da Secretaria de Segurança foram ouvidos pelo Metrópoles e afirmaram categoricamente que nunca utilizaram da estrutura oficial para o transporte de familiares.

Especialistas na área, no entanto, apontam que o suposto plano de segurança elaborado para atender à família da secretária não é eficaz, porque, na prática, desobedece às recomendações não só da Casa Militar, mas de qualquer estratégia mínima para resguardar a integridade de uma pessoa sob ameaça.

“Não é possível imaginar um plano eficiente no qual o motorista é o próprio segurança. Isso é, sem dúvida, mais um exemplo do mau hábito das autoridades brasileiras“, explicou o coronel José Vicente da Silva Filho, ex-secretário Nacional de Segurança Pública

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