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Polícia Civil prende três suspeitos e esclarece crime da 309 Norte

Luís Eduardo foi morto após uma troca de tiros, em abril, num posto de combustível. Apenas uma pessoa tinha sido presa

atualizado

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crime da 309 norte
1 de 1 crime da 309 norte - Foto: Michael Melo/Metropóles

A Polícia Civil do DF prendeu os três últimos suspeitos de participar de um assassinato, no dia 24 de abril deste ano, em um posto de combustível da 309 Norte. Luís Eduardo dos Santos Lobo, 34 anos, morreu baleado por volta das 6h30, após uma troca de tiros entre a vítima e outras pessoas. O motivo do crime foi vingança.

No dia do crime, Rafaela Teixeira de Souza, 28 anos, foi presa em flagrante, acusada de ser mandante do homicídio. Alan Matheus Menezes Rodrigues, 20 anos; Eduardo Adrien Cunha Neto, 26; e Rafael Arcanjo Gomes de Abreu, 22 anos, estavam foragidos e foram localizados e presos pelos policiais da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) e da Divisão de Inteligência Policial. Eles serão apresentados nesta quinta-feira (1º/6), quando os policiais darão mais detalhes do crime.

Segundo as investigações, Luís Eduardo morreu porque teria impedido, meia hora antes de ser baleado, que eles assaltassem uma loja de conveniência que funciona no posto da 411 Norte. O delegado Laércio Rosseto, da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), contou que após a tentativa frustrada de roubar o comércio, Rafaela, Alan e Eduardo Adrien teria ido encontrar Rafael, com quem conseguiram a espingarda e duas facas.

O quarteto retornou ao posto da 411 Norte, para acertar as contas do o taxista Luis Eduardo. Porém, ele não estava mais lá. Assim, começaram a rodar pelas proximidades até encontrar o carro dele, parado na 309 Norte, onde houve a troca de tiros. Foi Rafael, segundo a polícia, quem atirou contra a vítima.

 

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Luis Eduardo, a vítima
Um dos presos apresentados nesta quinta-feira

Dois vídeos ajudaram os policiais no esclarecimento dos fatos ocorridos na noite do crime. Um deles, do circuito de segurança do posto de combustível da 411 Norte, mostra o quarteto chegando ao local por volta de 6h (aos 2’52 do vídeo), portando a espingarda e em busca da vítima. Ao perceberem que Luís não estava no estabelecimento, seguem para o outro posto, onde houve a troca de tiros.

O segundo vídeo foi gravado por um dos autores do homicídio, Alan Rodrigues. Com o celular, ele filma o momento em que fogem da cena do crime. No áudio, um dos ocupantes do carro pede para que o motorista, Eduardo, volte para ver se a vítima realmente morreu. Rafaela, que estava no banco do passageiro, pede para ir ao hospital, pois teria sido atingida por um dos disparos.

Veja os vídeos:

 

Mensagens
Mensagens de celular enviadas por Rafaela confirmaram a tese de que o assassinato foi premeditado: “Deu merda. Vou matar. Me ajuda!”, disse ela, ao pedir uma arma a um conhecido poucas horas antes do crime.

Confira alguns trechos das conversas encontradas no celular:

4 imagens
Homem: "Matar" quem? Pouco antes de chegar ao posto, ela volta a perguntar. 
Rafaela: Amigo, tem? Busco aí. 
Homem: Para com isso. Rafaela: Já consegui uma. Sobrinho, ninguém faz isso comigo.
Homem: Rafa o que tá acontecendo? Rafaela envia uma mensagem de voz (ouça abaixo). Ele responde com carinhas de assustado. Rafaela: Sobrinho, tentaram me matar. Às 8h41, ele pergunta: "Já tirou essa loucura da cabeça?"
Por volta das 7h, Rafaela envia uma mensagem para Rafael, o "índio", mandando ele fugir.

A mulher também enviou uma mensagem de voz para o homem que ela trata como “Sobrinho” no Facebook. Ouça:

 

Crime registrado por câmeras
Rafaela aparece nas imagens das câmeras de segurança abaixando a cabeça dentro do carro, como se tivesse levado um tiro de raspão, mas isso não ocorreu. O suspeito de casaco claro que aparece nas imagens, segundo a polícia, é Rafael Arcanjo Gomes de Abreu, conhecido como “índio”. Ele é morador da Granja do Torto e seria um traficante.

 

Os homens usaram uma arma longa calibre .38 para cometer o crime. Um deles disparou duas vezes contra a vítima. Luís Eduardo, que estava com uma pistola .380 e revidou o ataque, segundo a Polícia Civil, tinha passagens por dano ao patrimônio, tráfico de drogas e violência doméstica (Lei Maria da Penha). Já ficou preso nos anos de 2007, 2010 e 2016.

Testemunhas contaram que um grupo de pessoas estava no posto, na área externa de uma loja de conveniência. “Nós estávamos dentro da loja recolhendo o lixo para ir embora quando começamos a ouvir os disparos. Foram cerca de 10 tiros. Assustador. Ouvimos tudo e, quando saímos, o homem já estava agonizando”, contou um funcionário que não quis se identificar.

 

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