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Polícia Civil cumpre mandados contra sonegadores fiscais no DF. Prejuízo chega a R$ 100 milhões

Batizada de Hi Fi, ação tem como alvo escritórios de contabilidade e empresas fantasmas que não recolhiam impostos na compra de bebidas

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Uma megaoperação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (10/3) contra sonegadores fiscais, com o envolvimento de escritórios de contabilidade e criação de empresas fantasmas. A ação foi conduzida pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf). A estimativa é de que o grupo tenha movimentado mais de R$ 650 milhões sem o pagamento de impostos. O prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 100 milhões.

A operação foi batizada de Hi Fi, já que envolve a compra de bebidas em nome de laranjas por empresas fantasmas que recolhiam tributos reduzidos. Hi Fi é um drink que mistura refrigerante de sabor laranja com bebida alcoólica. As investigações começaram no início de 2015 e tiveram a colaboração da Secretaria de Fazenda do Distrito Federal. O órgão suspeitou da fraude em uma auditoria e denunciou o caso para a delegacia especializada.

A polícia cumpriu os mandados nas cidades de Planaltina, Park Way, Taguatinga, Ceilândia e Vicente Pires. De acordo com o delegado, pelo volume de aquisição dos produtos, a quadrilha deveria recolher cerca de R$ 100 milhões em impostos, porém pagaram R$ 34 mil.

Eles usaram da esperteza e acreditaram que nunca seriam pegos. Tanto as empresas de contabilidade quanto as distribuidoras de bebidas eram coniventes com o esquema. Para pagar pouco tributo, eles pulverizavam essas mercadorias em pequenas empresas fantasmas, cuja a taxa cobrada pelo governo é reduzida. Assim lucravam de forma ilícita.

delegado-chefe da Corf, Jeferson Lisboa
Jeferson Lisboa, delegado-chefe da Corf
Jeferson Lisboa, delegado-chefe da Corf

Segundo Lisboa, foram cumpridos 20 mandados de conduções coercitiva, 17 de busca e apreensão.  A grande maioria dos conduzidos é de contadores e as buscas são em escritórios de contabilidade. A polícia estima que mais de 30 empresas de fachada estariam envolvidas no golpe. Alguns endereços correspondiam a casas, clínicas e até mesmo escritórios de contabilidade. A maior parte das pessoas usadas como laranja, sendo o polícia, eram de baixo poder aquisitivo.

A Prestacom, terceira maior empresa do setor no Brasil, também foi alvo de buscas. A polícia apreendeu o servidor que alimentava os computadores da sede, um prédio de quatro andares, em Taguatinga. O material recolhido foi encaminhado para o Instituto de Criminalística. Se condenados, os donos das empresas e contadores serão autuados por falsidade ideológica e uso de documento falso. A pena pode chegar a 10 anos de reclusão.

Veja alguns endereços das empresas fantasmas montadas pelo grupo, segundo a Polícia Civil:

9 imagens
Ceilandia Norte
Ceilândia
Ceilândia
Estrutural
Santa Maria
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Águas claras

2 de 9

Ceilandia Norte

3 de 9

Ceilândia

4 de 9

Ceilândia

5 de 9

Estrutural

6 de 9

Santa Maria

7 de 9

Samambaia

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Samambaia

9 de 9

Vicente Pires

Grãos
Em 2015, a Polícia Civil do Distrito Federal, em parceria com a Secretaria de Fazenda (Sefaz), deflagrou a operação Tabularii. O objetivo foi cumprir mandados de busca e apreensão em mais de 30 endereços do DF e no Entorno. Especializada em sonegação fiscal e fraude, a quadrilha visada pela operação atuava há mais de um ano sem recolher os tributos de ICMS, revendendo grãos plantados em Goiás para o Espírito Santo, por meio de empresas de fachada.

O grupo é suspeito de sonegar cerca R$ 10 milhões. Nas abordagens, em que participaram auditores fiscais da Sefaz, os agentes da PCDF recolheram computadores e documentos, além de levar testemunhas e suspeitos a prestarem esclarecimentos.

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Policiais civis com malotes apreendidos

 

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