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Parece, mas não é. Polícia prende quadrilha de europeus que vendia produtos falsos no DF

Oito pessoas foram detidas em Águas Claras no início da manhã desta sexta-feira (26/2). Grupo atuava na vizinhança de endereços nobres e até do Palácio do Buriti

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1 de 1 AvwYrdLiyHyaGhY1lJtt8iB7-RallZtth8dEyz9WdHMA - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Uma organização criminosa formada por estelionatários europeus foi alvo de uma operação da Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (26/2). Doze mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão estão sendo cumpridos por agentes da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf). Eles vendiam mercadorias falsificadas como se fossem originais. A operação foi batizada de Ilusionista.

Onze pessoas foram detidas em Águas Claras, a cidade escolhida pela maioria do grupo para fixar residência. De acordo com a Polícia Civil, o grupo aplicava golpes não só no DF, mas em todo o Brasil. Os integrantes sempre estavam bem vestidos e com carros importados como BMW e Mercedes. Oito desses veículos foram apreendidos.

Eles costumavam abordar as vítimas em locais que circulam pessoas de alto poder aquisitivo, como shoppings, porta de escolas, tribunais de Justiça e até mesmo na vizinhança do Palácio do Buriti.

“Eles se apresentavam como empresários e representantes de marcas importadas como Mont Blanc e Ralph Lauren. Diziam que não podiam voltar com o produto para o país porque a taxa de impostos da Europa é alta”, explicou o titular da Corf, Jeferson Lisboa.

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Delegado Jeferson Lisboa, coordenador da Corf

O delegado também ressaltou a importância de as vítimas registrarem ocorrência. “Muitas vezes, a pessoa compra o produto e fica com vergonha ao descobrir que é falsificado. Ao registrar a ocorrência, garantimos que eles fiquem mais tempo detidos”, explicou. Lisboa estima que 20% dos alvos da quadrilha deixaram de se apresentar à delegacia.

Ilusionismo
O nome da operação faz referência ao modo de agir dos criminosos, que são praticamente atores, segundo o delegado. Em alguns casos, para convencer o comprador da boa qualidade dos produtos, eles passavam um produto químico nas jaquetas, que as protegia do fogo. Na hora da venda, acendiam o isqueiro e mostravam que o material não queimava.

Equipados com máquinas de cartão, para facilitar o pagamento, os estelionatários vendiam kits compostos por camisetas, canetas e malas por até R$ 3 mil.

“Infelizmente, alguns brasileiros costumam confiar em europeus e eles se aproveitavam disso para enganar os alvos”, alertou Lisboa. Carros e máquinas de cartões eram alugados nos nomes das esposas e cunhadas dos homens envolvidos.Elas retiravam o dinheiro no banco e administravam as finanças.

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Golpe do português
O golpe aplicado em Brasília não é novidade em algumas regiões do país. Dezenas de pessoas já foram detidas por aplicar o chamado “golpe do português”.

Em 24 de julho de 2015 um casal foi preso no Paraná. Em outubro do mesmo ano três foram detidos em Curitiba. No Distrito Federal, mensagens de alerta estavam circulando no WhatsApp (confira abaixo). O caso relatado por uma mulher ocorreu no estacionamento do Colégio Pio Xll, na Asa Sul.

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“Sempre que a polícia prendia alguns integrantes em um estado, eles se reuniam e mudavam para outro local. Aqui no DF, conseguimos prender todo o grupo”, ressaltou Jeferson Lisboa.

As investigações apontam que alguns carros importados usados para impressionar as vítimas eram alugados. Outros eram financiados com o dinheiro dos golpes. Os integrantes das quadrilhas moravam em apartamentos alugados em Águas Claras e ostentavam lucros milionários, segundo a Corf. A quadrilha é monitorada pela polícia desde o fim do ano passado.

Em Brasília, foi identificado e preso um homem apontado como distribuidor. Informações preliminares apontam que os produtos eram comprados em São Paulo.

Na operação desta sexta, alguns dos presos estavam com crianças. O delegado explicou que se os pais permanecerem detidos, o Conselho Tutelar será acionado.

 

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