L4 Sul: agente do DER confirma que motorista estava alcoolizado
Servidor disse aos investigadores que Noé Albuquerque Oliveira, envolvido no acidente que matou mãe e filho, estava com “hálito etílico”
atualizado
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Um agente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que esteve no local da tragédia da L4 Sul no último domingo (30/4), prestou depoimento na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) nesta terça-feira (2/5). Ele confirmou aos investigadores que o sargento dos Bombeiros Noé Albuquerque Oliveira estava com o hálito etílico, quando é detectada a ingestão de bebida alcoólica.
Noé teria se recusado a fazer teste de bafômetro e abandonou o local da tragédia, após deixar a Carteira de Habilitação com o agente do DER. O acidente envolvendo três carros tirou a vida de Ricardo Clemente Cayres, 46 anos, e sua mãe, Cleuza Maria Cayres, 69.
O servidor do DER afirmou ainda que tenente do Exército Fabiana de Albuquerque Oliveira, irmã de Noé, que teria se envolvido no acidente, não apresentava outros sinais de embriaguez, por isso não foi autuada. Noé, no entanto, estava com os olhos vermelhos e com a fala arrastada, ainda de acordo com agente, cujo nome não foi divulgado pela Polícia Civil. Ele nega. Disse que ingeriu apenas “uma latinha” de cerveja.
O militar, segundo o agente, só não foi autuado porque deixou o local da tragédia. Eraldo José Cavalcante Pereira (foto em destaque), que bateu no Fiesta onde estavam mãe e filho, também fugiu antes mesmo da viatura do DER chegar.
Uma testemunha ocular confirmou à polícia que a Range Rover e o Jetta estavam em altíssima velocidade, conforme o Metrópoles mostrou nesta terça (2).“Eles (Noé e Eraldo) conversavam entre si e até comentei que aquilo era uma irresponsabilidade, pois interditavam o retorno”, assegura. Cem metros depois, a testemunha viu novamente os veículos, desta vez, pelo espelho retrovisor. “Ouvi as cantadas de pneu e, quando olhei para trás, notei que se aproximavam em alta velocidade. Eu estava na faixa esquerda e havia outro carro do meu lado, na faixa do meio. Assim, eles passaram em alta velocidade pela pista da direita”, disse à reportagem a testemunha.
A outra testemunha ouvida foi a passageira da Range Rover, conduzida pelo bombeiro. Ela manteve a versão dos investigados, negou o racha e o excesso de velocidade. A última pessoa a prestar depoimento na terça foi o motorista de um Fiat Uno, que teria dado fuga para Eraldo. A testemunha negou que ter ajudado o advogado.
Ao todo, oito pessoas prestaram depoimento na 1ª DP. Nesta quarta-feira (3), a Polícia Civil deve ouvir mais quatro. Em agenda na manhã desta quarta, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) comentou a tragédia da L4 Sul. “Lamento muito o ocorrido. Causa indignação a falta de civilidade de pessoas que geram riscos no trânsito”, ressaltou.
O acidente
A colisão ocorreu no domingo (30/4). Um Fiesta vermelho placa JKN 5487-DF, foi atingido pelo Volkswagen Jetta, JKB 6448-DF. O impacto tirou o Fiesta da pista e o lançou contra uma árvore. A força foi tanta que o carro capotou. A traseira do veículo ficou completamente destruída: era ali, no banco de trás, devidamente presos ao cinto de segurança, que estavam Ricardo e a mãe, Cleuza. Eles não sobreviveram.