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Família alega que jovem foi espancado por PMs no Parque da Cidade

Thiago Soares, 22 anos, está em coma no Hospital de Base do DF. PM afirma que ele estava sob efeito de drogas e teve uma crise convulsiva

atualizado

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Arquivo pessoal
Thiago jovem agredido
1 de 1 Thiago jovem agredido - Foto: Arquivo pessoal

A família de Thiago Henrique Moura Soares, 22 anos, alega que o jovem foi covardemente espancado por policiais militares na noite dessa quarta-feira (12/10), durante uma abordagem. O rapaz está internado em coma no Hospital de Base do DF e, de acordo com os parentes, tem hematomas por todo o corpo. Os médicos afirmaram que o estado dele é grave.

Thiago estava com um amigo no evento Picnik, no Parque da Cidade. Segundo a versão que o colega contou à família do jovem, por volta das 23h, os dois saíram de lá e seguiram para uma parada de ônibus, onde pretendiam embarcar em um coletivo que os levaria ao Guará, cidade onde moram. Durante o caminho, foram abordados por sete policiais militares. O amigo parou a mando dos PMs. Thiago, no entanto, teria corrido.

Ainda de acordo com a versão do colega, os policiais o liberaram e passaram a perseguir Thiago. A partir daí, o jovem só foi visto novamente pelo pai, por volta da 1h de quinta (13), na 1ª Delegacia de Polícia, para onde foi levado. Segundo o familiar, ao chegar no local, viu o filho completamente machucado e tendo convulsões, algemado no chão da delegacia. Ele conta também que os policiais não o deixaram se aproximar do filho e que só então Thiago foi levado pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) ao Hospital de Base.

A versão da Polícia Militar é diferente. De acordo com boletim de ocorrência registrado na 1ª DP, um pedestre avisou aos PMs que duas pessoas estariam dentro de um bueiro, provavelmente furtando cabos elétricos. Os militares identificaram os suspeitos como sendo Thiago e o amigo. O relatório confirma que o jovem teria corrido ao ser abordado e capturado na altura da quadra 712 da Asa Sul.

Os policiais afirmam ainda que o amigo assumiu que ambos consumiram entorpecentes. Ao ser preso, Thiago teria resistido e, segundo os PMs, tentado pegar a arma de um deles. Ainda de acordo com o relato dos policiais, foi utilizada “força física” para imobilizá-lo, já que o jovem se debatia contra o chão. Os militares também afirmam que tentaram segurar a cabeça dele para que não se machucasse e que Thiago teria tido uma forte crise convulsiva na viatura. Por fim, afirmam que, assim que possível, chamaram socorro para o jovem.

A família, no entanto, tem dificuldades para acreditar na versão da PM. “Meu filho tem hematomas por todo o corpo, inclusive alguns parecidos com marcas de socos nos olhos e de golpes de cassetete no rosto”, afirma a mãe de Thiago, Elaine Carvalho. Ela acredita que o filho possa ter bebido ou utilizado entorpecentes, mas discorda do método policial: “Nada justifica essa violência, mesmo que meu filho estivesse errado. O rosto dele está deformado”, conta.

Elaine também desconfia de alguns fatos narrados pelos policiais. “Como uma pessoa vai tentar tomar a arma de um policial quando existem outros seis em volta?”, questiona. “Meu filho é trabalhador, nunca teve passagens pela polícia e o amigo dele confirmou que nenhum dos dois estava próximo de nenhum bueiro. Isso é absurdo”, desabafa.

Investigação
Thiago está inconsciente desde a noite de quarta (12), após o ocorrido. Por isso, ainda não pôde dar sua versão dos fatos. O caso está sendo investigado pela 1ª DP e, na ocorrência, o crime que teria sido cometido pelo jovem consta como “em apuração”.

Em nota ao Metrópoles, a Polícia Militar manteve a versão registrada na ocorrência. Confira o que diz a PM:

“Thiago Henrique Moura Soares, no momento da busca pessoal, fugiu do local correndo e mesmo após diversos avisos para parar ele não obedeceu a ordem. Ao ser alcançado na altura da 712 sul, a equipe pediu que ele se deitasse no chão para evitar outra fuga. Em uma nova tentativa de busca pessoal, Thiago tentou sacar a arma do policial. Diante da situação de risco, a equipe fez o uso progressivo da força com o uso de spray de gás lacrimogêneo e mesmo assim o abordado continuou a se debater tentando agredir os policiais.

Após parcialmente imobilizado por dois policiais, o abordado começou a lesionar a própria cabeça e joelhos batendo-os no chão. Ao tentar impedir essa autolesão, um dos policiais foi mordido pelo abordado. Em seguida, uma outra equipe chegou em apoio e foi necessário cinco policiais para que o indivíduo parasse de se lesionar e fosse totalmente imobilizado. Ao colocá-lo no cubículo da viatura, ele continuava a se debater violentamente usando as pernas e a cabeça tentando quebrar o interior do veículo gerando novas lesões.”

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