metropoles.com

Amigo de dono da kit revela o que ocorreu na noite em que servidora foi assassinada

Glauber Barbosa da Costa, 42 anos, foi autuado por crime de favorecimento pessoal (por esconder os criminosos) e liberado

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Facebook
glauber barbosa
1 de 1 glauber barbosa - Foto: Reprodução/Facebook

A Polícia Civil do Distrito Federal tem dez dias para concluir o inquérito que apura a morte da servidora do Ministério da Cultura e aluna de mestrado da Universidade de Brasília (UnB) Maria Vanessa Veiga Esteves, 55 anos. O morador da quitinete onde os acusados foram presos, na 208 Norte, Glauber Barbosa da Costa (foto de destaque), 42 anos, foi solto, mas entrou na mira dos policiais, já que estuda na universidade e trabalhou no MinC até ser aposentado por invalidez em 2015. O imóvel fica próximo à quadra onde a servidora foi assassinada, na 408 Norte.

Apesar da prisão dos suspeitos, incluindo um adolescente que confessou ter dado o golpe de faca fatal, os agentes ainda apuram se há outras motivações para o crime além do roubo da bolsa e do celular da vítima.

O Metrópoles esteve no prédio de Glauber, que não quis se manifestar. Mas um amigo dele, que pediu para não ter o nome divulgado, conversou com a reportagem (ouça o áudio da entrevista abaixo). Contou que Glauber é usuário de crack e que a família tenta interná-lo há algum tempo. Disse que esteve na quitinete com o estudante na noite do crime: “Eu dormi aqui e ele não tem nada a ver com o assassinato. Os caras (suspeitos) apareceram aqui. Só isso”.

O amigo também negou que Glauber tenha tido qualquer tipo de relação com Maria Vanessa. “Eles não se conheciam. Eu garanto. Ele não mandou matar a mulher nem assaltar”, afirmou.

 

De acordo com vizinhos ouvidos pela reportagem, é comum a entrada e saída de usuários de droga no apartamento de Glauber. “O prédio era tranquilo até ele começar a trazer esse tipo de pessoa aqui. Sempre chamam o nome dele na varanda, ele abre a porta e manda entrar. Morar aqui passou a ser perigoso”, disse um deles, que, com medo, pediu anonimato.

Segundo a Polícia Civil, Glauber foi conduzido à delegacia nesta quarta-feira (10/8) e assinou um termo circunstanciado no qual se comprometeu a comparecer em juízo quando solicitado. Ele foi autuado por crime de favorecimento pessoal (por esconder os criminosos).

Colegas de trabalho de Maria Vanessa afirmam que não lembram da presença de Glauber no ministério e também não sabem informar se eles se conheciam. “Nunca ouvimos falar dessa pessoa aqui no setor. Desconheço se a Vanessa o conhecia. Ela nunca comentou nada sobre essa pessoa”, disse um dos amigos.

A polícia já levantou que o apartamento de Glauber era usado por outros dependentes químicos. No Facebook, o homem demonstra ser vulnerável e afirma que foi diagnosticado como esquizofrênico.

 

Um dos vizinhos afirmou que o estudante usa crack e que sempre recebe usuários em casa, tornando o prédio perigoso. “O pai e irmão do Glauber têm vindo aqui há um tempo e parece que querem internar ele”, ressaltou o homem.

3 imagens
1 de 3

Local onde foram presos os suspeitos de matar Maria Vanessa

Marina Junqueira/Metrópoles
2 de 3

Marina Junqueira/Metrópoles
3 de 3

Marina Junqueira/Metrópoles

 

Currículo
Em currículo divulgado na internet, Glauber diz que é bacharel em Administração pela Universidade de Brasília (UnB) e que cursou MBA da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2008. O homem também conta que atuou na empresa PricewaterhouseCoopers, na área de consultoria de mercado de capitais de empresas estrangeiras, com registro na Bolsa de Valores de Nova York (USA).

Outro fator que chama atenção é quando ele relata que trabalhou no Ministério da Cultura, na área de Economia Criativa, em análise de projetos e estudos de políticas culturais internacionalmente comparadas. Atualmente, é estudante de pós-graduação em Relações Internacionais na UnB.

O crime
Maria Vanessa foi assassinada por volta das 23h desta terça-feira (8/8), quando chegava em casa, na 408 Norte. Segundo informações da Polícia Militar, ela foi abordada por dois homens no estacionamento do bloco em que residia. Os bandidos pediram a bolsa dela. Mesmo não reagindo, a mulher foi atingida por golpes de faca e não resistiu.

Vanessa tinha um contrato temporário e estava no MinC desde 2013, na Secretaria de Audiovisual. A família virá de Juiz de Fora (MG) e deve realizar o enterro na cidade mineira. Segundo a coordenação de audiovisual, Vanessa soube nesta terça (8) que um trabalho seu tinha sido aprovado para apresentação em um simpósio em Portugal e ela estava superfeliz. A família encomendou o traslado para Juiz de Fora na noite desta quarta (9). O velório e sepultamento será nesta quinta.

Em menos de 24 horas após o crime, policiais da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) conseguiram localizar e prender os autores. De acordo com os investigadores, o rapaz de 15 anos e Alecsandro de Lima Dias, 26, que cumpria prisão domiciliar e tinha passagens por receptação e dois assaltos, costumam roubar cartões de crédito de moradores e frequentadores da Asa Norte.

Veja a gravação feita no momento da prisão dos suspeitos:

O ex-chefe de Maria Vanessa no MinC, Wanderlan Fernandes Guedes Filho, disse que a prisão dos autores traz alívio e revolta. “Alívio porque minimiza a sensação de impunidade, embora isso não traga nossa amiga de volta. E revolta por saber que um deles, por ser menor, ficará livre facilmente. É duro saber que a presença dos suspeitos naquela área já havia sido avisada à polícia antes e nada foi feito, o que poderia ter evitado a tragédia”, destacou.

Veja abaixo fotos sobre o caso e vídeo do momento do crime: 

19 imagens
Maria Vanessa morava sozinha na 408 Norte: escolheu viver em Brasília por considerar a cidade tranquila
Além dos objetos da vítima, polícia recuperou armas usadas pelos criminosos e cartões de crédito roubados
Segundo a polícia, Alecsandro e o rapaz de 15 anos costumavam roubar cartões de crédito, que foram recuperados por agentes da 2ª DP
A dupla estava escondida em uma quitinete da 208 Norte. Roupas encontradas no local ajudaram a comprovar autoria do latrocínio
Para o delegado Laércio Rosseto, crime está elucidado. Mas ainda falta saber qual foi a exata participação de servidor público, dono da quitinete onde suspeitos se esconderam
1 de 19

Alecsandro de Lima Dias, 26 anos, cumpria prisão domiciliar e tinha passagens por receptação e dois assaltos

Daniel Ferreira/Metrópoles
2 de 19

Maria Vanessa morava sozinha na 408 Norte: escolheu viver em Brasília por considerar a cidade tranquila

Reprodução
3 de 19

Além dos objetos da vítima, polícia recuperou armas usadas pelos criminosos e cartões de crédito roubados

Daniel Ferreira/Metrópoles
4 de 19

Segundo a polícia, Alecsandro e o rapaz de 15 anos costumavam roubar cartões de crédito, que foram recuperados por agentes da 2ª DP

Daniel Ferreira/Metrópoles
5 de 19

A dupla estava escondida em uma quitinete da 208 Norte. Roupas encontradas no local ajudaram a comprovar autoria do latrocínio

Daniel Ferreira/Metrópoles
6 de 19

Para o delegado Laércio Rosseto, crime está elucidado. Mas ainda falta saber qual foi a exata participação de servidor público, dono da quitinete onde suspeitos se esconderam

Daniel Ferreira/Metrópoles
7 de 19

Acusados portavam facas e estiletes

Daniel Ferreira/Metrópoles
8 de 19

Bolsa da vítima estava em um contêiner de lixo na 408 Norte. Ladrões tinham cartões roubados de outras vítimas, facas e estiletes

Ian Ferraz/Metrópoles
9 de 19

Segundo policiais, Maria Vanessa entregou a bolsa, mas se recusou a passar a chave do carro aos bandidos. Por isso, teria sido esfaqueada

Daniel Ferreira/Metrópoles
10 de 19

Maria Vanessa era de Minas Gerais e morava sozinha

Reprodução/Facebook
11 de 19

Maria Vanessa foi esfaqueada nas costas e não resistiu

Divulgação/PCDF
12 de 19

Crime ocorreu no estacionamento entre os blocos B e C da 408 Norte

Divulgação/PCDF
13 de 19

Uma faca, supostamente usada no crime, foi encontrada a 200 metros do corpo

Divulgação/PCDF
14 de 19

Na calçada da residencial, sangue de Maria Vanessa marca o local do crime

Mirelle Pinheiro/Metrópoles
15 de 19

Poça de sangue no local do crime

Mirelle Pinheiro/Metrópoles
16 de 19

Marcas de sangue em um dos carros que estavam no estacionamento

Rafaela Felicciano/Metrópoles
17 de 19

Sangue no estacionamento da 408 Norte

Mirelle Pinheiro/Metrópoles
18 de 19

Imagens das câmeras foram recolhidas pela Polícia Civil

Rafaela Felicciano/Metrópoles
19 de 19

Daniel Ferreira/Metrópoles

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?