Grávida perde bebê após tentar atendimento em hospital da Ceilândia. Avó se desespera. Veja vídeo
A avó contou ao Metrópoles que a paciente foi liberada pelo médico, mas ao chegar em casa deu à luz o filho. O Hospital Regional está investigando o caso
atualizado
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Um vídeo publicado em um grupo no Facebook, na manhã deste domingo (31/1), revolta quem quer que o assista. Nas fortes imagens, uma mulher aparece em um hospital com um bebê morto nos braços.
A mãe da grávida que perdeu o bebê após ser liberada pelo Hospital Regional de Ceilândia (HRC) na madrugada deste domingo (31/1), Edna Maria Farias de Brito, 36 anos, contou que a filha não foi submetida a nenhum exame médico e a jovem teria ficado apenas quinze minutos na sala da médica.
Ela voltou com um algodão no braço e disse que tinha tomado uma injeção. Voltamos para casa, mas minha filha reclamou de dor na cabeça, tontura e acabou vomitando
Edna Maria Farias, mãe da gestante
Um tempo depois, ela se queixou de que estava sentindo algo quente na vagina. “Quando me dei conta, a cabeça do bebê já estava do lado de fora. Corri para tentar colocá-la no carro e, assim, voltar para o hospital, mas a criança acabou caindo no chão”, lamenta a avó do bebê.
A jovem estava com medo de contar sobre a gravidez: “Só fiquei sabendo no terceiro mês da gestação. Mas assim que descobri, marquei uma ecografia para a minha filha. Estava marcada para o dia 5 de fevereiro em uma clínica pública daqui”. A família mora em Águas Lindas (GO).
Edna comenta que fez questão de segurar o bebê no colo para mostrar à medica o que ela havia feito. A avó da criança registrou um boletim de ocorrência na 15ª Delegacia de Polícia, em Ceilândia.
Uma paciente que estava no local no momento do ocorrido conversou com o Metrópoles. Maricley Souza dos Santos, 39 anos, grávida de 9 meses, esperava por resultados de alguns exames quando presenciou a cena. “Essa mulher entrou no hospital sentindo muitas dores. Depois de passar pela consulta, ela foi embora. Logo em seguida, a mãe dela entrou segurando o bebê morto nos braços. E a grávida estava em uma cadeira de rodas”, relata Maricley.
Versão do hospital
Em entrevista coletiva, a diretora do Hospital Regional da Ceilândia, Talita Lemos Andrade, contou que a paciente de 20 anos, moradora do Entorno, disse estar no quinto mês de gestação. Ela foi acolhida na triagem (processo que determina a prioridade do tratamento dos pacientes com base na gravidade do estado de saúde) às 0h45, e cerca de 25 minutos depois foi atendida no consultório médico.
A mulher se queixava de dor embaixo do ventre após uma discussão com um membro da família. Além disso, ela não sabia exatamente detalhes do histórico da gestação. Não havia sinais de sangramento, contração ou qualquer evidência clínica de que ela estava em trabalho de parto. Ainda segundo Talita, não existe registro que ela tenha feito pré-natal no Distrito Federal.
A paciente retornou com o feto morto às 3h05 e foi internada no hospital, onde está até agora. O feto está no Instituto Médico Legal para passar por uma necrópsia. O Hospital está investigando exatamente o que aconteceu. A ginecologista responsável pelo atendimento continua trabalhando e só será afastada se a investigação apontar para isso.
A diretora do hospital reconheceu que há um déficit de profissionais na unidade. Só nessa madruga foram feitas duas cesárias e 11 partos normais. “O número de profissionais é aquém do padrão”, resume.
Todo o caso foi acompanhando pelo posto policial.