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CRM pede que pacientes graves não sejam levados para UPA de Ceilândia

Entidade que representa os médicos do DF pede que a Secretaria de Saúde melhore as condições dos profissionais na unidade de Ceilândia

atualizado

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Andre Borges/Agência Brasília
UPA Ceilândia
1 de 1 UPA Ceilândia - Foto: Andre Borges/Agência Brasília

O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) propôs um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) à Secretaria de Saúde do DF solicitando que pacientes em estado grave não sejam encaminhados à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Ceilândia. A medida seria reflexo da falta de médicos e da superlotação no centro. Se a pasta não atender ao pedido, o conselho ameaça uma interdição.

O documento elaborado pelo CRM foi entregue à secretaria nesta quinta-feira (6/7). A medida visaria desafogar a UPA, “que se encontra com número de pacientes acima da sua capacidade de atendimento”. Ainda de acordo com o conselho, foi proposto que os pacientes que necessitem de avaliações ou cuidados mais complexos sejam internados em hospitais.

O conselho tomou a decisão depois de constatar as irregularidades na unidade em maio deste ano. A entidade reclama que os problemas não foram sanados até hoje.

Caso o TAC não seja acatado pelos gestores da secretaria, a interdição ética poderá impedir toda a assistência médica prestada na UPA de Ceilândia. Também haverá imediata interdição ética se o TAC for aceito sem cumprimento dos termos

Trecho de nota do Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF)

Segundo o CRM, somente em 2016, 19 médicos deixaram de atender na UPA de Ceilândia por motivos como aposentadoria, demissão ou transferência. Por conta disso, o quadro de clínicos na unidade ficou restrito a apenas 17 profissionais. Segundo a entidade, a situação dificulta o atendimento e torna impossível a organização de plantões.

Outro lado
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que “o excesso de ausências, por motivo de saúde ou outras razões, dificulta o fechamento das escalas de atendimento. A pasta conversará com o CRM para que, em conjunto, se encontre uma solução”. Ainda segundo a secretaria, na manhã desta quinta (6), apenas um médico fez os atendimentos, dois trabalharam durante a tarde e outros três estavam escalados para o plantão noturno.

A secretaria esclareceu ainda que “a unidade faz o acolhimento para classificação de risco de acordo com o protocolo Manchester, seguindo todos os parâmetros exigidos. Todos os pacientes classificados com as cores vermelha e laranja, ou seja, com casos urgentes, são atendidos prioritariamente.”

Rollemberg versus sindicatos
A crise na UPA de Ceilândia ocorre três semanas após o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) subir o tom contra sindicatos ligados à área de saúde. Durante evento na cidade, o socialista esbravejou e culpou as entidades pela falta de médicos nos hospitais. Disse também que eles atuam contra a população e estão “nadando em dinheiro”.

Se está faltando médico nos hospitais, veja quanto ganha o presidente do Sindicato dos Médicos [Gutemberg Fialho], sem trabalhar. Veja quanto é o salário dele. Na rede privada ele trabalha, mas na rede pública ele não trabalha. São essas pessoas que estão impedindo o governo de melhorar a saúde

Rodrigo Rollemberg

Em resposta ao governador, Fialho disse que Rollemberg estava “desequilibrado” e deveria “buscar tratamento”.

Em fevereiro deste ano, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) divulgou o resultado de um levantamento feito em conjunto com seis conselhos profissionais de saúde em hospitais da capital federal. Veja o resultado:

 

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<b>Hran —</b> Desabastecimento de remédios, materiais e insumos. Problemas estruturais, falta de manutenção predial, mobiliário antigo, desorganizado, identificação inadequada, materiais expostos, espaço físico insuficiente, com risco de infecções cruzadas. Banheiros com limpeza precária e mau odor. Equipamentos sem manutenção por falta de contrato de serviço de reparação
<b>Hmib —</b> Falta de insumos básicos, medicações e reagentes de exames laboratoriais, o que inviabiliza cirurgias eletivas e aumenta o atendimento em casos de urgência. Falta generalizada de recursos humanos, em especial, médicos e enfermeiros. A estrutura física é pequena para a demanda e a complexidade dos atendimentos
<b>HRT —</b> Falta de medicamentos, materiais, insumos, de contratos de manutenção dos equipamentos, de recursos humanos; superlotação e estrutura mínima para o atendimento de complexidades da região
Tomógrafo do Hospital Regional de Ceilândia não está funcionando
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HBDF — Significativa queda em procedimentos de alta complexidade no centro cirúrgico. Falta de pessoal e insumos básicos. Tomógrafo da emergência quebrado. Falta de contrato de manutenção preventiva ou corretiva para a maioria dos equipamentos

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Hran — Desabastecimento de remédios, materiais e insumos. Problemas estruturais, falta de manutenção predial, mobiliário antigo, desorganizado, identificação inadequada, materiais expostos, espaço físico insuficiente, com risco de infecções cruzadas. Banheiros com limpeza precária e mau odor. Equipamentos sem manutenção por falta de contrato de serviço de reparação

Michael Melo/Metrópoles
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Hmib — Falta de insumos básicos, medicações e reagentes de exames laboratoriais, o que inviabiliza cirurgias eletivas e aumenta o atendimento em casos de urgência. Falta generalizada de recursos humanos, em especial, médicos e enfermeiros. A estrutura física é pequena para a demanda e a complexidade dos atendimentos

Daniel Ferreira/Metrópoles
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HRT — Falta de medicamentos, materiais, insumos, de contratos de manutenção dos equipamentos, de recursos humanos; superlotação e estrutura mínima para o atendimento de complexidades da região

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Tomógrafo do Hospital Regional de Ceilândia não está funcionando

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Google Street View/Reprodução
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Paciente vai receber R$ 10 mil após erro médico no HRS

Google Street View/Reprodução
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HRPa — Superlotação do pronto-socorro, especialmente na clínica médica, ginecologia e obstetrícia, com baixa resolutividade, sobrecarga de trabalho, insegurança para os profissionais. Apesar de nova, a estrutura está aquém da demanda da região. Constatou-se falta de insumos, de reposição de material e de medicamentos, além da falta de contrato de manutenção dos equipamentos e déficit de recursos humanos

Google Street View/Reprodução

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