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Servidor depõe sobre cancelamento de sobras orçamentárias da CLDF

Durante duas horas e meia de depoimento, Genésio Vicente, que integra a Comissão de Planejamento de Elaboração Orçamentária, falou aos promotores do Ministério Público. Servidor auxiliou o MP na condição de testemunha no âmbito da Operação Drácon

atualizado

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polícia civil, câmara legislativa, operação drácon
1 de 1 polícia civil, câmara legislativa, operação drácon - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A expectativa por novos detalhes que possam elucidar como se formou o acordo que destinou R$ 30 milhões para Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que deu origem a Operação Drácon, levou o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a ouvir dois importantes personagens da trama. Genésio Vicente, que integra a Comissão de Planejamento de Elaboração Orçamentária (CPEO) da Câmara Legislativa, e o chefe de Elaboração Orçamentária da Casa, Glauco Azevedo, prestaram depoimento nesta quinta-feira (8/9) e detalharam como atuavam na área orçamentária da Casa.

Segundo Genésio Vicente, durante duas horas e meia de depoimento, os promotores procuraram saber detalhes de como ele atuava no cancelamento de sobras orçamentárias da Câmara Legislativa. Ele diz ainda que, durante a oitiva, não foram pedidos detalhes específicos sobre a interferência de distritais.

“Eles disseram que não poderiam me dar detalhes sobre as investigações, porque correm em segredo de Justiça, mas que precisavam saber detalhes sobre como era a minha atuação, e que se tratavam apenas de esclarecimentos, pois eu estava lá como testemunha”, contou Genésio ao Metrópoles.

O servidor explicou que ele se reportava à chamada “Mesinha”, formada pelos secretários executivos das Primeira, Segunda e Terceira Secretarias da Câmara Legislativa, além do chefe de gabinete da vice-presidência e o secretário-geral no que dizia respeito ao orçamento da Casa.

A princípio, de acordo com o integrante da CPEO, os R$ 24 milhões de sobras orçamentárias iriam para os restaurantes comunitários, mas, depois, o bolo dividido com a educação e a saúde. Posteriormente, a cifra subiu para R$ 31 milhões com as emendas. O outro servidor que depôs nesta quinta (8), Glauco Azevedo, não retornou os contatos da reportagem para comentar o assunto.

Entenda o caso
O suposto esquema veio à tona após a divulgação de grampos feitos pela distrital Liliane Roriz (PTB). Ela teria começado a gravar conversas com colegas no fim de 2015, quando os parlamentares decidiam sobre o que fazer com uma sobra orçamentária da Casa. Em um primeiro momento, os recursos seriam destinados ao GDF para custear reformas nas escolas públicas. De última hora, no entanto, o texto do projeto de lei foi modificado e o dinheiro — R$ 30 milhões de um total de R$ 31 milhões — acabou realocado para a saúde.

Na ocasião, Liliane teria questionado a então presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), sobre a mudança na votação. No áudio, é possível ouvir Celina falando que o “projeto” seria para um “cara” que ajudaria os deputados. A presidente da Casa disse ainda que Liliane não ficaria de fora: “Você (Liliane) tá no projeto, entendeu? Você tá no projeto. Já mandei o Valério (Neves, ex-secretário-geral da CLDF) falar com você.” Após as denúncias e a Operação Drácon, a Justiça determinou o afastamento de toda a Mesa Diretora da Casa.

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