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Secretário da Casa Civil: denúncias podem ser “cortina de fumaça”

Sérgio Sampaio diz que as acusações da sindicalista Marli Rodrigues sobre um grande esquema de corrupção não têm fundamento e estranha o fato de o caso vir à tona no momento em que o GDF tenta terceirizar parte da saúde pública local. Secretaria de Saúde nega irregularidades

atualizado

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1 de 1 sergio sampaio - Foto: Larissa Rodrigues/Metrópoles

O secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, convocou entrevista coletiva para comentar, na noite desta quinta-feira (21/7), as acusações da presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues. A sindicalista fala em um grande esquema de corrupção na Secretaria de Saúde. Em depoimento à CPI da Saúde na Câmara Legislativa à tarde, Marli disse que as fraudes têm a participação do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e da primeira-dama, Márcia Rollemberg. Segundo Sampaio, as declarações da sindicalista não têm fundamento e podem ser uma tentativa de tumultuar a intenção de o GDF terceirizar parte da gestão da saúde pública, com a entrada das organizações sociais (OSs) no setor.

“A gente tem de ter cuidado em dar importância a essas gravações. São vazias, infundadas e não se sustentam”, disse Sampaio, referindo-se às gravações divulgadas nos últimos dias. O secretário adotou o mesmo discurso de Rollemberg e afirmou que as acusações podem ser um retaliação pelo GDF estar refazendo contratos do setor. “A gente passou a buscar outra solução para a saúde. Não sabemos se essas acusações são uma cortina de fumaça para nos desviar do objetivo de arrumar uma solução para a saúde.”

“É uma coincidência que essas denúncias venham à tona no momento que o governo lança na Câmara o modelo de OSs (organizações sociais, destinadas à gerir parte da saúde pública local). Se fosse descabido, não estaria em lei federal e funcionando em outros estados”

Assim como o governador, Sampaio subiu o tom contra Marli Rodrigues. “Não tem nada de concreto. Cadê os nomes de quem pratica corrupção? Não venha com essa cortina de fumaça falando que o Ministério Público não permitiu falar. Quem pratica corrupção tem de ser preso, como também deve ser preso quem vai a uma CPI e falta com a verdade.”

O secretário também disse que “é um absurdo ela (Marli) alegar que está sendo ameaçada. Quem conhece o governador sabe que ele não tem esse tipo de prática. É uma história vergonhosa e caluniosa”.

Processo judicial
No entanto, Sampaio afirmou que também vai processar a sindicalista, que pôs o nome do secretário em um organograma no qual estariam os envolvidos no suposto esquema de corrupção denunciado por Marli.  “Não aceito meu nome envolvido nesse tipo de baixaria. É salutar que o MP faça uma investigação.”

Em grampos feitos pela sindicalista, ela e o vice-governador Renato Santana (PSD) falam que existe um esquema de corrupção no GDF, no qual são cobradas propinas entre 10% e 30% sobre contratos da Saúde. Em outra gravação de Marli, ela e o ex-secretário de Saúde Fábio Gondim falam que há um “meio podre” na pasta, que seria comandado por pessoas indicadas pelo próprio Rollemberg. O Metrópoles divulgou os dois áudios na última sexta-feira (15) e no sábado (16).

Os episódios causaram uma crise no governo Rollemberg, motivando reuniões do governador com o primeiro escalão e até mesmo a interrupção do recesso parlamentar na Câmara Legislativa, que convocou sessão da CPI da Saúde para discutir o tema.

Nota da Secretaria da Saúde
Na noite desta quinta (21), a Secretaria de Saúde publicou nota para refutar as acusações de que há um esquema de corrupção na pasta e rebater denúncias de má-gestão. Entre uma série de declarações, a pasta disse que “não é verdade que haja qualquer preferência na ordem dos pagamentos realizados pela secretaria. Alguns são priorizados em função do interesse público na manutenção da prestação dos serviços contratado, devidamente justificado em todos os processos. Exemplos são a alimentação dos pacientes nos hospitais, pagamentos de UTI e a aquisição de medicamentos”.

A nota diz ainda que “não é verdade que a Secretaria de Saúde dispõe de um contrato, no valor de R$ 12 milhões anuais, para fazer a manutenção de 1,7 mil veículos. Este serviço é prestado por meio de um contrato corporativo do GDF por meio da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão com a Ticket Car. Trata-se de ata de registros de preços, cujo valor anual máximo é R$ 11.897.987,58. O gasto mensal máximo pode chegar a R$ 991.498,97. O governo de Brasília nunca chegou perto de atingir esses limites anual ou mensal”.

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