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Sacha Reck abre o jogo e dá a sua versão sobre o escândalo do transporte no DF

Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o advogado Sacha Reck conta como foi sua atuação dentro do processo. Ele será ouvido na comissão nesta quinta (1/10)

atualizado

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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em dois assuntos, o advogado Sacha Reck demonstra ser profundo conhecedor. Ele é um especialista em políticas de transporte público e fã da cantora americana Katy Perry. Na última terça-feira (29/9), menos de 24 horas antes de embarcar para Brasília, onde prestará depoimento na CPI dos Transportes, Reck vibrava na Arena Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba. No Paraná, Katy Perry encerrava sua turnê pelo Brasil. E Sacha Reck começava os preparativos para o depoimento que prestará na manhã desta quinta (1/10) na capital da República. O paranaense foi convocado pelos deputados distritais para explicar supostas irregularidades no processo de licitação do atual sistema de transportes do Distrito Federal, em que ele foi consultor.

Aos 34 anos, Sacha Reck é o personagem mais esperado para dar esclarecimentos na CPI dos Transportes, em curso desde maio. Ele será ouvido a partir das 9 horas, durante a 13ª Reunião Ordinária da comissão. Reck chegou a Brasília na tarde desta quarta (29/9), munido de uma mala cheia de documentos que, segundo ele disse, reuniriam provas de sua inocência. O advogado falou com exclusividade ao Metrópoles.  “Não manipulei qualquer etapa dessa licitação. Era o consultor do processo e nunca escondi isso”, disse Reck. 

O advogado veio para o DF apenas para depor na CPI. Volta para casa, onde a mulher e os dois filhos o esperam, ainda na quinta-feira (1/10). Enquanto estiver na capital, Sacha Reck andará de carro blindado. Disse que não foi ameaçado, mas preferiu se proteger e alugar um veículo reforçado por R$ 1,2 mil o dia. “Fiz por segurança, e não porque tenho esse dinheiro todo”, garantiu.

A licitação de R$ 7,8 bilhões em que ele foi consultor deu a cinco empresas o comando do transporte da capital federal. O processo tem sido questionado na Justiça e é alvo de ações populares. Até agora, Sacha Reck tem sido acusado de acumular funções incompatíveis: a de consultor do processo e advogado da empresa Auto Viação Marechal, uma das empresas que ganhou a concorrência.

Aparentemente tranquilo, ele rebateu a denúncia: “não sou e nunca fui advogado deles. Pegaram uma procuração de uma ação coletiva do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), em que sou advogado, e colocaram como se fosse para o processo daqui”.

Reprodução
Advogado diz que procuração da Marechal foi usado em uma ação coletiva do sindicato dos transportes de Curitiba

 

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Advogado Sacha Reck e documentos que serão apresentados na CPI dos Transportes

Sacha Reck foi denunciado, assim como o ex-secretário de Transportes José Walter Vazquez, pelo Ministério Público do DF por suposta participação em um esquema para favorecer algumas empresas. “Ninguém foi favorecido. Quem não ganhou foi porque não tinha regularidade para isso”, disparou na entrevista.

Sacha Reck falou sobre outro ponto espinhoso, o fato de um de seus escritórios – do qual ele hoje não é mais sócio – ter sido alvo da 18ª fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. E ainda respondeu aos ataques feitos pelo empresário Wagner Canhedo Fillho.

Na CPI, Canhedo afirmou que quem contratou o escritório de Sacha Reck ganhou o processo: “Canhedo partiu para o desespero porque a empresa dele não venceu.

A CPI

Os deputados investigam o processo que teve início em 2008, ano em que o ex-governador José Roberto Arruda fechou contrato com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de US$ 176,7 milhões, para a execução do Programa de Transportes Urbanos do DF. Na época, o GDF entrou com uma contrapartida de US$ 93,1 milhões.

Em seguida, a Secretaria de Transportes contratou a empresa de consultoria Arcadis Logos Engenharia por R$ 19,3 milhões para produzir relatórios técnicos para a elaboração do edital de licitação. Durante a execução do contrato, a Arcadis Logos fez subcontratações, inclusive a do advogado Sacha Reck. Ele prestou serviços, remotamente, até março de 2013. Ganhou, por isso, segundo disse, pouco mais de R$ 600 mil.

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