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Procurador Deltan Dallagnol destaca principais resultados da Lava Jato

Há 32 meses, a ação apura um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar valores que se aproximam de R$ 10 bilhões

atualizado

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Desde sua deflagração, em 17 de março de 2014, a Operação Lava Jato cumpriu mais de 100 mandados de busca e apreensão, de prisão temporária, preventiva e de condução coercitiva. A ação, apontada pela Polícia Federal como a maior da história do país,  apura um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar valores que se aproximam de R$ 10 bilhões, dos quais R$ 6,2 bilhões em propinas.

Neste domingo (30/10), os procuradores da República Deltan Dallagnol e Orlando Martello, que integram a força-tarefa da operação, publicaram o artigo “Lava Jato, de onde veio e para onde vamos”, na Folha de São Paulo. Trata-se de um raio-x da produtividade alcançada durante as investigações. Confira os principais trechos:

1- Subornos bilionários
Propinas eram pagas nos grandes negócios da Petrobras. Estávamos falando, como descobriríamos mais tarde, de R$ 6,2 bilhões só de subornos, valor que seria reconhecido pela estatal. Mas as investigações – e o prejuízo aos cofres públicos – não pararam por aí. Até o momento, em primeira instância, as investigações levaram a 52 acusações contra 241 pessoas, por crimes como corrupção, lavagem e organização criminosa.

Dentre elas, 110 foram condenadas a penas que ultrapassam mil anos de prisão. O ressarcimento soma mais de R$ 3,6 bilhões – antes da Lava Jato, virtualmente nenhum caso recuperou mais de R$ 100 milhões, e a regra é não reaver um tostão sequer.

2- Delações
Sempre ponto de partida, jamais de chegada, elas permitiram a expansão exponencial da investigação. Embasaram buscas e apreensões, colheita de depoimentos e quebras de sigilo fiscal, bancário e telefônico; as transações bancárias rastreadas somam mais de R$ 1 trilhão. As cooperações internacionais – mais de 120 intercâmbios com 34 países – permitiram alcançar documentos de contas secretas no exterior usadas há décadas.

3- Prisões necessárias
O acervo probatório produzido é imenso. Como a usual tática dos investigados de negar os fatos já não funcionava, passaram a difundir a falsa ideia de abusos na Lava Jato. Tal noção não se sustenta. Foram feitas somente prisões excepcionalmente necessárias. Apenas 9% dos acusados estão presos e só 3% estão encarcerados sem condenação.

Diante da inusitada perspectiva de punição, a colaboração passou a ser a melhor estratégia de defesa: 70% delas foram feitas com réus soltos e diariamente recusam-se novos acordos por não se vislumbrar ganho efetivo.

4- Operação partidária?
Alega-se também que as investigações são partidárias. Outro disparate! Além de as equipes de procuradores, delegados e auditores terem sido formadas, em grande parte, antes de se descobrirem os crimes na Petrobras, trata-se de dezenas de profissionais de perfil técnico, sem histórico de vínculo político. Verdade que os partidos mais atingidos na Lava Jato são PT, PP e PMDB. No Supremo, dentre os 17 políticos acusados, 9 são do PP, 4 do PMDB, 3 do PT e 1 do PTC.

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