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Lista da JBS de governadores que receberam propina inclui Rollemberg

Socialista aparece em documento entregue por delator ao MPF. Político diz que todas as doações de campanha recebidas foram declaradas

atualizado

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Governador Rodrigo Rollemberg
1 de 1 Governador Rodrigo Rollemberg - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A JBS pode causar um novo terremoto no Palácio do Buriti. Já desgastado pelas denúncias que levaram recentemente dois ex-governadores e um vice à prisão, o reduto dos chefes do Executivo local é colocado, mais uma vez, no olho do furacão da Lava Jato. De acordo com documentos entregues por executivos da empresa ao Ministério Público Federal, o atual governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), teria recebido propina disfarçada de doação oficial em 2014.

Grande patrocinadora de campanhas eleitorais no cenário nacional e local, a empresa teria ajudado a eleger 16 dos 27 governadores que tomaram posse no cargo em 2015. Segundo Ricardo Saud, ex-executivo da J&F, holding controladora da JBS, todos receberam repasse de vantagens indevidas. Uma lista manuscrita apresentada pelo ex-diretor elenca quem seriam os beneficiados pela empresa.

Rollemberg aparece na relação dos 16 nomes de governadores eleitos, entregue pelo ex-executivo, para quem a JBS teria desembolsado propina. O outro beneficiado do PSB, de acordo com a lista, seria Paulo Câmara, que atualmente comanda o estado de Pernambuco. Segundo Saud, a JBS repassou ainda dinheiro, de forma ilícita, a quatro governadores do PMDB; quatro do PSDB; três do PT; um do PP; e dois do PSD.

Arte/Metrópoles

Transações atípicas
A líder mundial do mercado da carne despejou, só em 2014, R$ 852.832 na conta de campanha do então candidato ao Palácio do Buriti pelo PSB. Na prestação de contas apresentada por Rollemberg ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o maior volume repassado, R$ 450 mil, aparece como doação direta da JBS.

O restante da cifra, R$ 402.831,75, foi repassado pela direção distrital do PSB à campanha de Rollemberg em 40 transações atípicas, com valores que começam em R$ 6,54. Os repasses foram feitos de maneira oficial entre julho e novembro de 2014, e a maioria deles em valores fracionados.

“Demos propina para 16 governadores eleitos.”

Ricardo Saud, ex-executivo da JBS

Rollemberg também recebeu como doação eleitoral durante a disputa pelo GDF, em 2014, R$ 1,7 milhão de três empreiteiras que são alvo da Lava Jato. De acordo com registros do TSE, foram R$ 200 mil da Odebrecht; R$ 500 mil da Andrade Gutierrez, repassados por meio da direção do partido; e R$ 1 milhão da Via Engenharia.

“Propina disfarçada”
Em depoimento ao MPF, Ricardo Saud delata que a JBS pagou propina para 1.829 candidatos a cargos eletivos, de 28 partidos, perfazendo um total de aproximadamente R$ 600 milhões em repasses ilícitos. “Se tirar 10, 15 milhões aqui, o resto tudo é propina. Tudo tem ato de ofício. Tudo tem promessa”, disse aos procuradores.

O dono da JBS, Joesley Batista, declarou em delação que nenhuma doação feita pela empresa, inclusive as declaradas ao TSE, foi lícita. O empresário chegou a afirmar que “o caixa 1 era contrapartida, propina disfarçada”.

Veja o vídeo em que Ricardo Saud fala sobre o pagamento de propina para governadores eleitos:

 

Outro lado
Por meio de nota, Rollemberg informou que as contribuições da JBS ao PSB-DF e à sua campanha estão registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram feitas de forma lícita e sem qualquer promessa de contrapartida.

“Não houve qualquer ação do governo que tenha trazido benefícios ao grupo. Pelo contrário, houve um pedido da empresa para obter um regime especial tributário para comercialização de produtos de carne no Distrito Federal, sem a instalação de uma unidade fabril, o que foi recusado pelo Governo de Brasília”, destacou o documento.

Ainda de acordo com o GDF, a JBS teve sua inscrição fiscal suspensa no Distrito Federal por encerramento de atividades em 2015. “Atualmente o grupo fornece insumos para a merenda escolar por ter sido vencedor de uma licitação, cuja venda se dá a partir de outro estado”, destaca a nota.

 

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