metropoles.com

GDF vai à Justiça contra depoimento de sindicalista a portas fechadas

Decisão do governo irritou o presidente da CPI da Saúde, Wellington Luiz, que classificou a atitude como uma “tentativa de intimidação” contra a depoente

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Fachadas dos prédios públicos em Brasília – Brasília(DF), 23/09/2015
1 de 1 Fachadas dos prédios públicos em Brasília – Brasília(DF), 23/09/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O Governo do Distrito Federal foi à Justiça, nesta quarta-feira (20/7), para evitar que o depoimento da presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues, à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga irregularidades na Saúde (CPI da Saúde) da Câmara Legislativa , seja feito sob sigilo, nesta quinta-feira (21/7). A medida pegou de surpresa o presidente da CPI, Wellington Luiz (PMDB), que levantou a hipótese de “medo” e tentativa de intimidação contra a depoente.

Marli é pivô de pelo menos duas gravações que denunciam esquemas de corrupção dentro da Secretaria de Saúde e também na Fazenda, envolvendo o vice-governador Renato Santana e o ex-secretário de Saúde Fábio Gondim. Ela tem depoimento marcado para as 10h da manhã desta quinta. Partiu da sindicalista, segundo o presidente da CPI da Saúde, o pedido de falar em sessão fechada.

De acordo com o secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, o corpo jurídico do Executivo aponta ilegalidades no depoimento ser fechado e entrou com mandado de segurança preventivo para que todos tenham acesso às informações que serão levadas à comissão por Marli.

“Entendemos que é um fato de interesse público que tem que ser tratado publicamente. Quando olhamos o ordenamento jurídico, não está entre as hipóteses que justificam a sessão secreta o pedido da depoente. Não vimos motivos para isso. Ela já fez a denúncias, não sei por que o receio”, afirma Sampaio. “A gente entende que não há amparo legal, pois é interesse de todos. O governo não pratica corrupção. Não acontece de cima para baixo. Se há algum caso, esse governo não apoia e se há corrupção, quem cometeu tem que ser preso”.

O presidente da CPI da Saúde, Wellington Luiz, comenta a reação do governo: “Essa atitude mostra um total estado de desespero por parte do Buriti e deixa a digital. A CPI começa a causar preocupação no governo, tanto que querem intimidar a depoente”, afirma Wellington.

O distrital ressalta que a decisão de manter o depoimento fechado é prerrogativa da CPI, por estar previsto no Regimento da Câmara Legislativa e por conta da separação do poderes, como prevê a Lei Orgânica do DF e a Constituição Federal. “Não há nada ilegal. A nossa expectativa é que a Justiça rejeite o pedido do governo”, diz o presidente.

O secretário da Casa Civil conta que enviou ao presidente da CPI da Saúde um segundo pedido de publicidade da sessão de Marli Rodrigues. Ainda que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) negue o pedido do governo, ele espera que Wellington Luiz abra ao público as informações que serão prestadas pela sindicalista.

Wellington conta que a presidência da comissão convidou deputados da base governista para acompanharem o depoimento de Marli Rodrigues, incluindo o líder do governo Julio Cesar (PRB). O presidente diz ainda que outros parlamentares que desejarem poderão participar da sessão, mas sem assessores. Além disso, a sessão não poderá ser filmada.

Sérgio Sampaio afirma que o governo não se sente constrangido com as denúncias e diz que o ex-subsecretário de Administração Geral da Saúde, atual subsecretário de Logística e Infraestrutura, Marcello Nóbrega, conta com a confiança do Executivo.

“Se alguém tem de estar constrangido, é quem praticou a corrupção. Quem está denunciando tem de fazer isso de peito aberto. Nós não controlamos os 140 mil servidores públicos. Se tiver indício, mesmo antes de se concluírem as investigações, o governo vai agir”, garante Sampaio. “O servidor citado tem a confiança do governo e nunca deu indício de ato ilícito. Nada que desabone a conduta dele.”

Até a publicação desta reportagem, o TJDFT não havia se pronunciado sobre o pedido do Governo do DF.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?