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Ex-secretário-geral da Câmara Legislativa presta depoimento à polícia

Neves é um dos alvos da Operação Drácon, deflagrada nesta terça (23/8). Alvo de mandado de condução coercitiva, ele não foi encontrado pela manhã

atualizado

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1 de 1 valerio neves - Foto: Reprodução

Ex-secretário-geral da Câmara Legislativa, Valério Neves presta depoimento à Polícia Civil na tarde desta terça-feira (23/8). Braço direito de Celina Leão (PPS) enquanto esteve na Casa, Neves aparece nas gravações clandestinas feitas por Liliane Roriz (PTB) falando sobre o suposto esquema de pagamento de propina em contratos da saúde.

Neves é um dos alvos da Operação Drácon, deflagrada esta manhã e responsável pelo afastamento da Mesa Diretora da Casa. Ele está afastado do cargo desde a 28ª fase da Operação Lava Jato, chamada Vitória de Pirro. Na mesma ação, também foi preso o ex-senador Gim Argello.

Entenda o caso
Liliane teria começado a grampear os colegas no fim do ano passado, quando os parlamentares decidiam sobre o que fazer com uma sobra orçamentária da Casa. Em um primeiro momento, os recursos seriam destinados ao GDF para custear reformas nas escolas públicas. De última hora, no entanto, o texto do projeto de lei foi modificado e o dinheiro – R$ 30 milhões de um total de R$ 31 milhões – realocado para a Saúde. O valor foi destinado ao pagamento de serviços vencidos em UTIs da rede pública.

Na ocasião, Liliane teria questionado a presidente da Câmara sobre a mudança na votação. No áudio, é possível ouvir Celina Leão falando que o “projeto” seria para um “cara” que ajudaria os deputados. A presidente da Casa disse ainda que Liliane não ficaria de fora: “Você (Liliane) tá no projeto, entendeu? Você tá no projeto. Já mandei o Valério (ex-secretário-geral) falar com você.”

Outros parlamentares
As denúncias feitas por Liliane atingem outros distritais, como o Bispo Renato Andrade e Julio César, líder do governo na Casa. Segundo é possível ouvir nas gravações, os dois teriam tentado fazer uma negociação com Afonso Assad, presidente da Associação Brasiliense de Construtores. De acordo com o que Valério Neves diz em um dos áudios, o empresário poderia intermediar contratos com a Secretaria de Educação. Mas Assad não teria levado a cabo o “compromisso”. “O Afonso disse que não poderia garantir nada”, diz Valério Neves em um dos trechos.

Com a negativa do empresário de participar do tal “compromisso”, segundo explica Valério nos áudios, o deputado Cristiano Araújo teria conseguido o “negócio” das UTIs. Ao dizer o quanto os “hospitais iam retornar”, Valério sussurra que seria “em torno de 7%”. E diz ainda que todos os integrantes da Mesa Diretora tinham conhecimento do acordo. Celina, por sua vez, diz que se fosse para eles receberem algum tipo de ajuda, teria de ser para todos. Integram a Mesa Diretora Celina, Raimundo Ribeiro, Júlio César e Bispo Renato.

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