Em depoimento à CPI da Saúde, Assad confirma pedido de propina
Empresário não respondeu às perguntas dos distritais, mas confirmou o que havia dito aos promotores
atualizado
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Amparado por um habeas corpus e acompanhado do advogado, o empresário Afonso Assad não respondeu às perguntas dos distritais durante depoimento à CPI da Saúde, na Câmara Legislativa, na manhã desta quinta-feira (27/10). Mas confirmou o depoimento feito ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), de que teria sido procurado por emissários de dois deputados para pagar propina com dinheiro de emendas parlamentares.
O presidente da CPI, Wellington Luiz (PMDB), tratou o depoimento como “decepcionante”. “O que ele disse ao MPDFT tem relevância enorme, mas seria interessante que ele falasse e respondesse aos nossos questionamentos. Precisamos saber o envolvimento de cada parlamentar e como aconteceu a dinâmica das acusações”, disse.O depoimento de Assad ao MPDFT ocorreu em julho deste ano. Aos promotores, o empresário afirmou que se reuniu com pelo menos dois distritais: Bispo Renato Andrade (PR) e Julio Cesar (PRB). Depois, foi procurado por Alexandre Braga Cerqueira, então assessor de Bispo Renato, que teria pedido propina em nome dos parlamentares, segundo o depoimento.
O dinheiro seria de emendas destinadas à educação. “Esperávamos interesse do Assad nos ajudar a ter clareza nos fatos. Vamos continuar os trabalhos da CPI, pois é fundamental saber se houve ou não a propina”, disse Wasny de Roure (PT), relator da comissão.
Assad deixou a Câmara sem falar com a imprensa. O suposto esquema de corrupção é investigado pela Operação Drácon. Todos os deputados citados negam qualquer irregularidade.