Antes da Operação Drácon, Liliane Roriz disse que apoiava emenda
Pouco mais de três meses depois de postar no Facebook que a liberação da emenda de R$ 30 milhões para a saúde ocorreu devido ao apoio dela, a distrital lavou as mãos em depoimento prestado ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT)
atualizado
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Nos depoimentos ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), a deputada Liliane Roriz (PTB) atribuiu a responsabilidade pelas sobras orçamentárias de emendas remanejadas à Saúde ao distrital Julio César (PRB). A versão foi contada após a divulgação de áudios, gravados pela filha de Joaquim Roriz, denunciando um suposto esquema de pagamento de propina para favorecer empresas que prestam serviços de UTIs na rede pública. No entanto, em 1º de abril, a versão era outra. Liliane afirmou no Facebook dela que seu apoio havia sido fundamental para que a emenda fosse aprovada.
O post dizia: “O apoio da Liliane foi fundamental para que a Mesa Diretora da Câmara Legislativa transferisse mais recursos para a saúde (R$ 30 milhões ) e para a educação *R$ 1 milhão) do Distrito Federal”. Para bom entendedor, a postagem assume ares de confissão de culpa.
Se antes a emenda poderia representar votos, o discurso mudou recentemente. Depois de a operação Dárcon ser deflagrada pelo MPDFT, equipes da Decap e da Corf , em 23 de agosto, parece que nenhum parlamentar quer ter qualquer relação com a liberação da emenda.
O alvo da operação foi a Mesa diretora da Casa, afastada pela Justiça para que o caso seja investigado. Em 17 de agosto, áudios gravados por Liliane foram entregues ao MPDFT com gravações sobre o suposto esquema. No mesmo dia da denúncia, Liliane pediu o afastamento da vice-presidência da Casa.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da parlamentar, mas ela não havia respondido até a publicação desta matéria.