Polícia Civil conclui que não houve estupro de jovem no Réveillon
Segundo laudo do IML, não houve comprovação de violência sexual, e testemunhas disseram que jovem teria saído de mãos dadas com segurança da festa
atualizado
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A Polícia Civil do DF encerrou o inquérito sobre a denúncia de um suposto estupro ocorrido na noite de réveillon, durante a festa “The Box Reveião”, no Setor de Clubes Norte, sem indiciar o segurança Wellington Monteiro Cardoso, 33 anos. Dois elementos fundamentais da investigação – o laudo pericial produzido pelo Instituto Médico Legal (IML) e o depoimento de testemunhas – levantaram dúvidas sobre o que, de fato, ocorreu naquela noite.
A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) informou, por nota, que em diligências realizadas o suposto autor foi identificado e ouvido, momento em que confirmou a relação sexual, porém acrescentou que foi consentida. Também foram ouvidas diversas testemunhas, que informaram ter havido “um prévio envolvimento entre as partes ainda dentro da festa e que ambos saíram da festa de mãos dadas.”O texto destaca, ainda, que “a vítima foi submetida a exame de corpo de delito, em qual não foi possível constatar a incapacidade de reação.” Assim, diante da ausência de indícios suficientes de materialidade, não houve indiciamento no inquérito, e diante do encerramento das diligências na esfera policial, o procedimento foi encaminhado ao Tribunal de Justiça do DF e Ministério Público do DF.
“Não existem elementos conclusivos para o indiciamento. O resultado do laudo pericial não ratifica a versão contada pela vítima. O mesmo caminho é seguido pelas provas testemunhais, que afirmam o fato de a jovem não ter apresentado sinais de embriaguez no decorrer do evento”, afirmou a chefe do Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegada Mabel de Farias.
Memória
O caso ganhou repercussão depois que uma jovem de 24 anos relatou, por meio das redes sociais, ter sido estuprada pelo segurança durante a festa. A vítima postou o registro do boletim de ocorrência, feito na Deam, e os medicamentos recebidos durante o atendimento hospitalar, além de uma carta dando detalhes do que teria ocorrido naquela madrugada de 1º de janeiro deste ano.
De acordo com o relato, passava da meia-noite quando um homem com trajes de segurança interrompeu a dança dela. Segundo a vítima, ele a coagiu a sair da festa. Mesmo sem entender, ela acatou a determinação.
A vítima descreveu com detalhes como crime teria ocorrido. O segurança a teria levado para uma área de terra, onde alguns carros estavam estacionados. “Eu estava completamente vulnerável, com muito medo. Um dos carros estava estacionado de ré para o cerrado, então atrás do carro só havia vegetação. Ele me virou de costas e sem a menor cerimônia me estuprou”, afirmou em seu relato.
O segurança, por sua vez, sempre alegou inocência. Embora tenha confirmado ter mantido relações sexuais com a jovem, disse que o ato foi consentido e que a jovem não estava embriagada.
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