PF faz operação contra venda ilegal de carnes no DF e em seis estados
Fiscais do Ministério da Agricultura estariam recebendo para liberar licenças e afrouxar fiscalização em empresas como a BRF Brasil e JBS
atualizado
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Foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (17/3) a operação Carne Fraca. A Polícia Federal cumpre 311 mandados no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. A operação, batizada de Carne Fraca, tem como alvo o pagamento de propina a servidores públicos por alguns dos maiores frigoríficos do país. Entre eles, a BRF Brasil (que controla marcas como Sadia e Perdigão) e a JBS — que detém Friboi, Seara, Swift e cujos executivos foram presos nesta manhã.
Segundo as investigações, fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) estariam envolvidos em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular das empresas. Em troca, receberiam propina. Certificados sanitários teriam sido emitidos para alimentos que não passaram por qualquer tipo de inspeção, colocando a saúde dos consumidores em risco.
De acordo com as investigações, as superintendências regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Paraná, Minas Gerais e Goiás “atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público”.
Entre as ilegalidades praticadas está a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender a interesses dos grupos empresariais. A conduta permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente.
“Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva”, diz nota da PF.
A PF cumpre 26 mandados de prisão preventiva, 11 de temporária, 195 de busca e apreensão e 79 conduções coercitivas, quando a pessoa é levada para prestar depoimento. A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 1 bilhão de todos os investigados no caso.
As investigações apontaram, também, que os servidores chegavam a receber até o poder de indicar quem exerceria a fiscalização nas empresas. (Com informações da Agência Estado)