Operação tira clientes de bares de calçadas e “puxadinhos” na 408 Norte
Fiscalização chegou a fechar o trânsito no comércio local para tenta coibir o uso de áreas públicas na entrequadra
atualizado
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Uma operação da Subsecretaria de Ordem Política e Social (Sops), com apoio da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), do Departamento de Trânsito (Detran), das polícias Militar e Civil e do Corpo de Bombeiros, isolou a 408 Norte no início da noite desta quinta-feira (17/12).
Segundo informações de Pablo Feitosa Nunes Amorim, proprietário do Bar Raízes, um dos comércios da rua, policiais armados estão retirando os clientes das mesas posicionadas nos chamados “puxadinhos”. “Mesmo com a autorização do GDF, os fiscais insistem em retirar as pessoas daqui”, reclama Amorim.
Multa
Sócia do Pinella, Marta Liuzzi conta que os agentes chegaram no bar e não deram nenhuma explicação sobre a ação desta noite. Ela recebeu uma notificação da Agefis de interdição da área pública e uma multa do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) de R$ 15 mil.
“Mesmo com os comprovantes dos pagamentos das taxas de uso da área pública e dos documentos autorizados pelo GDF para a utilização do local, eles me autuaram”, conta.
Marta disse que os agentes exigiram um contrato que, segundo ela, não existe. Os clientes que estavam nas mesas se recusavam a sair. Para evitar confusão, ela pediu para os garçons pararem de servir essas pessoas, como forma de acatar a decisão imposta pela Seops.
Flávia Attuch, outra sócia do Pinella, diz que a ação foi arbitrária. “Como não posso usar a área pública e o meu vizinho de frente pode? Tentamos perguntar aos fiscais quais procedimentos deveríamos tomar e eles não nos informaram.”
Há 15 dias, o bar recebeu outra multa de R$ 15 mil do Ibram pelo barulho. “A fiscal do órgão teve a audácia de me dizer que o problema do nosso bar era ter gente demais. Quer dizer que aqui em Brasília você não pode ter um lugar de sucesso?”, questiona.
A advogada Renata Paggy, 41 anos, estava no Pinella no momento da fiscalização. “Fizeram uma revolução aqui. Todo mundo ficou constrangido”, contou.