Moro não quer Gim livre por risco de ele esconder patrimônio
Manifestação foi enviada na segunda-feira em resposta a um pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado do ex-senador
atualizado
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O juiz Sérgio Moro, responsável pela operação Lava Jato, solicitou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki – que responde pela operação na Corte – que não libere o ex-senador Gim Argello (PTB) por suspeitas de que ele poderia esconder o restante dos valores supostamente desviados.
“Assim, também remanesce o risco para recuperação do produto do crime, tendo o paciente, em liberdade, melhores condições de ocultar seu patrimônio da ação da Justiça e de prosseguir em atos de lavagem de dinheiro”, diz trecho do comunicado.
A manifestação foi uma resposta ao pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-senador, que pede a sua liberdade. Desde abril, Gim está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba.
De acordo com o juiz paranaense, em manifestação na última segunda-feira (1º/8) ao ministro, existe também a desconfiança de que Argello teria escondido parte desse patrimônio desviado antes de ser preso, em abril, na 28ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Vitória de Pirro.
“O bloqueio de ativos decretado por este Juízo a pedido do MPF para recuperá-lo teve resultados pífios, sugerindo que o paciente (Gim) esvaziou suas contas correntes e de suas empresas antes da efetivação da medida”, prosseguiu.
Gim é investigado por uma suposta cobrança de propinas para evitar que empreiteiros fossem convocados a depor em comissões parlamentares de inquérito (CPIs) envolvendo a Petrobras. À época, ele era senador pelo Distrito Federal.
Procurado pela reportagem, o advogado do ex-senador, Marcelo Bessa, afirmou que a alegação de Moro, de que o ex-senador teria esvaziado as contas antes da prisão não procede. “A conta de Gim está há mais de um ano com o mesmo saldo médio do dia do bloqueio”, explicou.