Mãe se revolta após filhas serem proibidas de brincar debaixo de bloco
A arquiteta Larissa Villela fez um desabafo nas redes sociais. Síndica diz que medida é para garantir segurança dos moradores
atualizado
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Um desabafo de uma mãe nas redes sociais mostra que, na capital do país, as crianças não podem desfrutar de qualquer espaço. A arquiteta urbanista Larissa Maria de Oliveira Moraes Villela, 31, diz que suas filhas, de 4 e 2 anos, foram proibidas de brincar debaixo do Bloco H da 312 Sul, para onde ela se mudou em dezembro do ano passado.
“Estou revoltada. Elas estavam brincando de boneca e panelinha e a síndica proibiu e me deu o regulamento do condomínio, onde diz que não pode nenhum tipo de brincadeira!!!”, disse Larissa, em desabafo publicado no grupo Mães de Brasília.
Ao Metrópoles, a arquiteta confirmou a história. Garantiu que, depois de ter se mudado, descobriu que suas meninas não podiam brincar debaixo do bloco. “Não pode andar de bicicleta, nem descer com brinquedos. Só pode ficar lá embaixo se não fizer barulho”, lamenta.
Filha de Brasília, Larissa conta ter estranhado a proibição, já que os pilotis dos blocos do Plano Piloto, de acordo com o projeto de Oscar Niemeyer e Lucio Costa, foram concebidos para serem espaços de convivência. “Não quis criar problema com os porteiros e fui à reunião de condomínio reivindicar. Lá, me falaram que tudo está no regimento do condomínio e que a quadra tem parquinhos onde as crianças devem brincar.”
Larissa recebeu o regimento interno do condomínio que, afirma ela, tem várias regras que considera “absurdas”. “Entre elas, qualquer tipo de jogo. As atividades ocorridas embaixo do bloco só podem as permitidas pelo síndico. Não pode aglomerações. Prestadores de serviço só podem usar o elevador de serviço”, enumera.
O outro lado
A síndica do bloco, Salete Gomes, confirmou a proibição de brincadeiras debaixo do prédio. “Mas não tirei nada da minha cabeça. Isso está previsto no regimento do prédio”, afirma. De acordo com Salete, a medida é para garantir a segurança dos próprios moradores. “O piso é escorregadio e idosos e crianças podem se machucar”, acrescenta.
Segundo ela, a medida também visa proteger o piso de granito, que foi trocado pelos próprios moradores. “Não se trata de uma área pública e se ocorrer algum acidente vamos ser responsabilizados por isso”, argumenta a síndica.
Segundo informações do Sindicato dos Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio-DF), cada bloco “faz suas próprias regras, por meio de regimento aprovado em assembleia”. “Para solicitar alguma alteração, o morador (a) deve escrever uma carta ao síndico pedindo uma reunião extraordinária e a inclusão do tema na pauta, para ser votado”, acrescentou a entidade.