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Promotor quer júri popular para assassino de Louise até o fim do ano

Vinicius Neres foi interrogado na tarde desta quarta-feira (22/6), no TJDFT. Na sessão, voltou a confessar a morte da ex-colega de UnB

atualizado

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1 de 1 vinicius neres - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Após a audiência desta quarta-feira (22/6), o destino do assassino confesso da universitária Louise Ribeiro, Vinicius Neres, deve ser definido até o fim do ano. Pelo menos é o que espera o promotor do caso, Marcello Oliveira: “Esperamos ter um julgamento no segundo semestre e acredito que a possibilidade mais justa é de que haja júri popular”. Depois dos depoimentos desta tarde, a defesa e a acusação têm um prazo para apresentar argumentos conclusivos e, então, o juiz decidirá o tipo de julgamento ao qual Vinícius terá direito.

 Nesta quarta (22), o rapaz compareceu à sede do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) vestindo camiseta branca, bermuda e chinelos. Antes de falar, ele permaneceu de cabeça baixa durante os depoimentos anteriores — um dos policiais responsáveis pela investigação do caso; uma professora da UnB, que foi orientadora do réu; uma colega de Louise; e o pai da vítima.

Penúltimo a depor, Ronald Ribeiro, pai de Louise, fez questão de ter a presença de Vinícius Neres durante o depoimento. Ele disse que a família foi muito afetada pelo crime: “Minha filha mais velha ficou retraída e a mais nova ainda chora de vez em quando. Minha mulher ainda não sabe todas as circunstâncias da morte e não conseguiu vir à audiência por conta de uma crise de choro”, afirmou.

Em depoimento, Vinicius contou que começou a namorar Louise em 10 de abril de 2015 e o relacionamento acabou em 14 de janeiro de 2016. Disse ainda que os dois começaram a se afastar antes mesmo do fim do namoro, em dezembro, depois que ela voltou de uma viagem com a família. No entanto, continuou a insistir em fazer contato com ela por celular.

O suspeito afirmou que, no dia do crime, se encontrou com Louise para avisar que iria se suicidar e não tinha intenção de machucá-la. No entanto, teve um surto de raiva: “Eu a ataquei quando ela me deu um abraço e disse que ia sentir falta de mim. É claro que isso era mentira, ela já havia me ignorado por muito tempo”, afirmou. Antes do ataque, a jovem teria tentado convencê-lo a não se matar.

Depois, Vinícius contou em detalhes a forma como matou a jovem utilizando clorofórmio e como queimou o corpo: “Não achei que ia escapar da punição, mas naquele momento só queria me livrar daquela situação”. O jovem assumiu ainda que teve vontade de ter relações sexuais com Louise já morta, mas que não consumou o ato. “Cheguei a colocar a camisinha, mas desisti”, disse. Questionado sobre a razão de ter tirado a roupa da jovem mesmo sem a relação sexual, afirmou que “queria vê-la por uma última vez”.

O jovem disse também que não sabe exatamente por que matou Louise, e atribuiu o assassinato a um surto de fúria. No entanto, afirmou estar arrependido do crime e “de todo esse mal que eu causei”. Durante o depoimento ele permaneceu calmo, racional e esclarecido. Vinícius também negou ter qualquer histórico de doença mental na família.

Argumentos
O promotor Marcello Oliveira foi firme nos questionamentos a Vinícius e chegou a afirmar que o réu “é inteligente, mas subjuga a inteligência dos outros”. Ao Metrópoles, Oliveira afirmou que “não mudou uma vírgula” de sua convicção sobre o caso após os depoimentos desta quarta (22) e que tem certeza de que o crime foi premeditado.

A defesa, por sua vez, construiu uma tese que caminha em direção contrária: a de que o crime não foi planejado e sim executado no calor do momento. Procuradas pela reportagem, as advogadas do jovem não quiseram se pronunciar no momento.

Futuro
Após essa fase do processo, o juiz terá algumas opções, como determinar que o caso de Vinicius seja submetido a júri popular ou até mesmo absolvê-lo sumariamente. Essa opção, entretanto, é considerada remota, uma vez que o rapaz admitiu ter assassinado Lousie e, na investigação, foi colhida uma série de provas que atestam a autoria do crime. Se for condenado, o suspeito pode pegar pena superior a 30 anos de prisão.

Em abril deste ano, o MPDFT denunciou Vinicius pela prática de homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, asfixia e feminicídio. Ele também foi denunciado pelo crime de destruição de cadáver. Segundo o promotor de Justiça responsável pelo caso, Marcello Oliveira Medeiros, o julgamento no Tribunal do Júri de Brasília deve ocorrer no segundo semestre deste ano.

Confira, em tempo real, a cobertura da sessão no TJDFT:

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