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Caixa de Pandora: testemunhas depõem em ação penal que investiga ex-deputado Leonardo Prudente

Na época das investigações, ele era presidente da Câmara Legislativa e foi flagrado em vídeos gravados por Durval Barbosa guardando dinheiro até na meia

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Elza Fiúza/ABr
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1 de 1 prudente - Foto: Elza Fiúza/ABr

Em mais um desdobramento das audiências do esquema descoberto pela operação Caixa de Pandora, a 7ª Vara Criminal de Brasília realizou, na tarde desta quinta-feira (17/12), a oitiva de testemunhas de defesa do ex-deputado distrital Leonardo Prudente. Ele responde nesta ação penal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Na época das investigações, Prudente era presidente da Câmara Legislativa. Em um dos vídeos divulgados por Durval Barbosa, delator do esquema, o ex-deputado aparece recebendo dinheiro de Durval. De acordo com a delação, Prudente recebia R$ 50 mil mensais.

Prudente guarda os bolos de dinheiro em todos os bolsos do paletó e até nas meias. Em outro vídeo, ao lado do então distrital Junior Brunelli, faz uma oração em agradecimento a Durval e ao dinheiro recebido. O episódio ficou conhecido como oração da propina. Relembre no vídeo abaixo:

Em janeiro de 2010, Prudente renunciou à presidência da Câmara. Um mês depois, para evitar uma possível cassação, renunciou ao mandato.

Depoimentos
O primeiro a depor esta quinta (17) foi Flávio José Couri, ex-secretário-geral do partido Democratas, do qual Prudente foi integrante. Couri disse que, assim que o escândalo foi revelado, o partido fez reuniões para decidir sobre o futuro de Prudente. O então deputado foi avisado que seria aberto um processo para investigar a conduta dele e, pouco depois, ele enviou um comunicado à legenda pedindo a desfiliação.

Em seguida, o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, afirmou que conhece o ex-distrital há 27 anos, inclusive porque Prudente já foi vice-presidente da federação. Quando assumiu mandato na Câmara Legislativa, segundo Santana, o Prudente “defendia os interesses do setor (comércio)”. O depoimento dele durou menos de 15 minutos.

A última testemunha a falar foi Vicente Chelotti, ex-diretor-geral da Polícia Federal. Amigo pessoal e vizinho de Prudente, como relatou, Chelotti foi deputado federal em 2006 e teve apoio de Durval Barbosa para financiar a campanha. “Eu fiz um jantar para arrecadar dinheiro e fui vender o convite para Durval. Ele me entregou R$ 10 mil em dinheiro na hora”, afirmou. O valor, segundo ele, não foi declarado nas doações de campanha.

Chelotti ressaltou ainda que, em 2004, apresentou Prudente a Durval, mas não contou detalhes sobre o encontro e a relação dos dois. Segundo ele, Prudente sempre se disse “injustiçado” com o que aconteceu. Com relação aos vídeo em que o ex-distrital aparece guardando dinheiro no paletó e nas meias, Chelotti disse que “era doação de campanha”.

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