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Família de motorista da Caixa morto em delegacia diz que foi ameaçada

A OAB/DF indicou um integrante da Comissão de Direitos Humanos da ordem que vai acompanhar a morte de Luís Cláudio Rodrigues

atualizado

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Arquivo pessoal
Luiz Claúdio
1 de 1 Luiz Claúdio - Foto: Arquivo pessoal

A família de Luís Cláudio Rodrigues, 48 anos, motorista da Caixa Econômica Federal encontrado morto dentro de uma cela da 13ª Delegacia de Polícia, em Sobradinho, recebeu uma ameaça neste domingo (16/7). Segundo Marcos Eustáquio, 48, “passaram na nossa porta e gritaram no portão que eu estava falando demais e era melhor ficar calado”.

A ameaça foi feita por uma pessoa que gritou de dentro de um carro. O veículo teria passado lentamente pela porta da casa onde Luís Cláudio morava, em Sobradinho. Segundo Eustáquio, os parentes não estão com medo. “Não ficaremos acuados por ameaça alguma. Vamos até o fim para entender o que aconteceu. Queremos justiça”, completou em entrevista ao Metrópoles nesta segunda (17).

Luís Cláudio morreu dentro da carceragem da 13ª DP, após ser detido acusado de dirigir sob efeito de álcool. O carro que ele conduzia envolveu-se em acidente com o de um policial militar, por volta das 15h de sexta (14). De acordo com a Polícia Civil, o teste de bafômetro dele apontou 1,35 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Depois que o delegado plantonista da unidade arbitrou o pagamento da fiança para a família, um dos agentes da corporação foi até a cela e o encontrou sem vida.

Um laudo preliminar do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto de Medicina Legal (IML) da Polícia Civil do Distrito Federal apontou que a causa da morte de Luís Cláudio foi por “asfixia secundária a enforcamento”. Os peritos não visualizaram no corpo qualquer outra lesão externa. No entanto, o resultado do exame só será concluído no prazo de 30 dias.

OAB entra no caso
A Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB/DF) decidiu entrar na apuração para esclarecer o que ocorreu. O presidente da entidade, Juliano Costa Couto, disse, nesta segunda-feira, (17/7) que pretende indicar um membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/DF para acompanhar a investigação sobre a morte do motorista, encontrado enforcado em uma cela na sexta-feira (14).

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Luís Cláudio participava de eventos familiares e tinha vida social ativa. Isso, segundo a família, contesta informação da polícia de que ele estava com depressão

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Segundo o presidente da OAB, este é um caso muito triste que precisa ser explicado. “Vejo como uma tragédia que deve ser esclarecida. Entendo que, com a morte desse motorista, seja o momento do governo refletir sobre as reais condições nas quais se encontram a segurança pública do Distrito Federal”, lamentou Couto.

A família de Luís vê como positiva a interseção da OAB no caso. “Esse é um caso público. O nosso bem maior é a vida e a partir do momento que o meu primo foi detido naquela delegacia, a vida lhe foi ceifada”, disse o advogado Eduardo Feitoza, primo do motorista. “Todo o apoio é importante neste momento. Com o acompanhamento da OAB, mais uma força se empenha na luta para o esclarecimento dos fatos”, acrescentou.

Na tarde desta segunda-feira, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados também informou que irá acompanhar os desdobramentos da investigação. A comissão se reunirá, nesta terça-feira (18), com a diretora do Instituto Médico Legal do Distrito Federal, Cíntia Honorato Sobreira, para colher as informações sobre o caso. Na quinta (20), uma reunião será feita com o secretário de Segurança Pública, Edval de Oliveira Novaes Júnior, para saber quais providências estão sendo tomadas pela Polícia Civil em relação à investigação da morte do motorista.

Versão da PCDF
De acordo com a Polícia Civil, a família foi “devidamente comunicada”, por volta das 19h, quando houve a liberação de Luís sob o pagamento da fiança. Os policiais o encontraram no interior da cela “enforcado com a própria camisa”.

“Foi providenciado imediato socorro a Luis, através do Corpo de Bombeiros Militar, mas infelizmente não foi possível evitar o óbito”. A Corregedoria Geral da PCDF informou que instaurou procedimento para apurar as circunstâncias da morte.

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