Estádio Nacional poderá ser o próximo alvo da Lava Jato

Durante a Operação Xepa, deflagrada nesta terça-feira (22/3) no âmbito da Operação Lava Jato, descobriu-se que as obras da Arena Corinthians, em São Paulo, estavam envolvidas em negociações ilícitas da Odebrecht. A Polícia Federal, segundo o blog Painel FC, da Folha de S. Paulo neste sábado (26/3), agora mira o Estádio Nacional Mané Garrincha como alvo das investigações. Executivos ligados à construção teriam afirmado que foram feitos pagamentos de subornos, o que explicaria o altíssimo preço pago pelo projeto.

As suspeitas de superfaturamento nas obras foram mostradas pelo Metrópoles no dia 27 de novembro do ano passado. À época, a Andrade Gutierrez, que integrou, junto com a Via Engenharia, o consórcio responsável pela construção da arena mais cara da Copa do Mundo de 2014, confessou um esquema de propina para conseguir obras federais, incluindo as do Mundial de futebol. A arena custou R$ 1,6 bilhão, mais do que o dobro do valor inicial, previsto em R$ 670 milhões.

A empresa havia fechado um acordo de delação e leniência com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Além disso, pagará R$ 1 bilhão, a maior multa da Operação Lava Jato — que investiga desvios na Petrobras.

TCDF
Antes mesmo da Copa do Mundo, relatório do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) divulgado em março de 2014 apontava suspeita de superfaturamento do Mané Garrincha devido a uma série de aditivos acrescentados ao valor da obra ao longo da execução do empreendimento.

Na época, o GDF, por meio da coordenadoria de comunicação para a Copa, negou as irregularidades. “O valor do investimento no estádio não aumentou. Destacamos que o investimento total é de R$ 1,4 bilhão, e ainda pode ser reduzido para R$ 1,2 bilhão em virtude da previsão de abatimento de créditos”, disse o governo, por meio de nota.