Entrega de apartamentos populares no Riacho Fundo 2 e manifestação em frente à Residência Oficial por falta de Habite-se
Um grupo com cerca de 50 pessoas usou faixas, apitos e carro de som para pedir ao governador rapidez na liberação de um empreendimento em Taguatinga. Alguns proprietários já esperam cinco anos para receber as chaves do imóvel
atualizado
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Enquanto o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) entregava 1.392 apartamentos populares no Riacho Fundo 2, na manhã deste sábado (16/1), um grupo que comprou imóveis em um residencial de Taguatinga protestava em frente à Residência Oficial de Águas Claras pela demora na entrega do empreendimento. A reclamação, segundo eles, é pela morosidade por parte do Governo do Distrito Federal (GDF) para a liberação do Habite-se. O Executivo afirma que a construtora MRV Engenharia, responsável pela construção, ainda não cumpriu todas as etapas do processo.
Com carro de som, faixas, apitos e nariz de palhaço, o grupo, com cerca de 50 pessoas que protestava em frente à residência do governador, chegou a fechar a Estrada Parque Taguatinga-Guará (EPTG) para chamar a atenção dos motoristas que passavam pelo local. Equipes da Polícia Militar acompanharam o protesto, mas não precisaram intervir.
Esperando pela entrega do apartamento desde o ano passado, a servidora pública Ana Carolina Ribeiro, 28 anos, contou que ela e o marido gastaram cerca de R$ 20 mil com aluguel e mudanças desde 2015. “Havíamos feito um contrato até abril do ano passado, pois o apartamento seria entregue em março. Tivemos que fazer um novo contrato e estamos gastando sem ter prazo para receber o nosso próprio imóvel”, reclama.
Alguns proprietários já aguardam cinco anos para a entrega do empreendimento, segundo o grupo. Eles reclamam da falta de rapidez e de comunicação entre o governo, a construtora e os compradores. “O que havia sido exigido pelo GDF foi cumprido, mas agora eles querem um projeto de paisagismo diferente. A cada hora surge algo novo. Enquanto isso, estou morando de favor na casa de parentes em Ceilândia”, conta a estudante Graziele Amorim Morais, 30 anos.
Processo
Sobre o problema, o governador Rodrigo Rollemberg afirmou que, nesse caso, o atraso se deu porque o empreendedor, no caso a MRV, não cumpriu todas as exigências. “A empresa tem a obrigação de fazer pequenos investimentos que não fez, como construção de calçadas e algumas outras correções. Mas, na sexta (15), teve uma reunião e eles se comprometeram a tomar as providências. Se os problemas forem resolvidos, ao longo da próxima semana teremos condições de liberar o Habite-se deste prédio”, afirma Rollemberg.
O secretário de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade, disse que o documento que falta contém informações sobre as medidas mitigadoras, com licenciamento do projeto urbano em volta do empreendimento. “Terminando isso, o projeto vai para o Detran liberar a questão do impacto de trânsito, que é o último documento para a liberação do Habite-se”.
Depois de participar do evento de entrega das casas populares com o governador no Riacho Fundo 2, o secretário esteve no protesto em frente à Residência Oficial de Águas Claras para conversar com os proprietários dos apartamentos de Taguatinga. A promessa de Thiago de Andrade foi que o problema será resolvido até a próxima quarta (20). O Metrópoles procurou a MRV Engenharia, mas, até esta publicação, não havia tido resposta sobre o problema.