Ocupação na UnB divide opiniões dos próprios universitários
Estudantes de ao menos 7 cursos votam contra mobilização dos colegas. Grupo reúne assinaturas para pedir ação judicial pelo fim do movimento
atualizado
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A ocupação de prédios da Universidade de Brasília (UnB) tem provocado divergências entre os próprios estudantes. Nas assembleias promovidas nos diferentes departamentos, está clara a divisão entre apoiadores e contrários à mobilização. Passados quatro dias desde que a reitoria foi invadida pelos jovens, na noite de segunda-feira (31/10), a UnB está rachada. Hoje, há um movimento organizado por universitários que estudam acionar a Justiça contra os colegas.
Alunos de cursos como comunicação social, história, geografia, serviço social, biblioteconomia, arquitetura e urbanismo, ciência política, turismo, letras e filosofia, além do Instituto de Artes, apoiam o movimento. Já os estudantes de engenharia elétrica, estatística, enfermagem, odontologia, medicina, administração, agronomia e educação física são contra a ocupação dos prédios.
Um grupo de alunos recolhe assinaturas com o objetivo de apresentá-las ao Ministério Público Federal (MPF) para que o órgão entre com ação judicial contra os ocupantes. A convocação foi feita no Facebook.
Ocupação em Ceilândia rejeitada
Assembleias de estudantes de pelo menos outros nove cursos foram marcadas entre a quinta (3) e a sexta-feira (4). Uma das mais importantes foi a do campus de Ceilândia (FCE), que ocorreu às 18h desta quinta, no prédio da unidade acadêmica. Na ocasião, por 265 votos a 160, os alunos decidiram não ocupar o local.
Já a página “Respeita Minha Aula” é contrária aos atos, e traz informações sobre os cursos que não apoiam o movimento.
Nova assembleia
Nesta sexta (4), será promovida a 2ª Assembleia Geral dos estudantes que ocupam a universidade. Eles vão discutir os rumos da mobilização. Até a tarde de quinta (3), já estavam ocupados o prédio da reitoria da UnB, a Faculdade de Comunicação, o Bloco de Salas de Aula Sul (BSA), o Pavilhão João Calmon (PJC), o Pavilhão Anísio Teixeira (PAT), o Centro de Excelência em Turismo (CET), a Faculdade de Educação (FE), a Faculdade de Ciências da Informação (FCI) e a Faculdade de Planaltina (FUP).
Também foram paralisadas as atividades acadêmicas nas faculdades que apoiam o movimento. As ocupações ocorrem em protesto à PEC do Teto dos Gastos, que limita as despesas públicas pelos próximos 20 anos; à reforma do ensino médio e aos projetos de lei que compõem a “Escola sem Partido”.
Em nota, a UnB afirmou que, na quarta (2), a administração da universidade iniciou um processo de negociação com os estudantes que ocupam os espaços dos campi. Também foi enviada a relação dos serviços essenciais que não podem ter descontinuidade.