Receita do GDF aumenta R$ 343 milhões entre fevereiro e março
ICMS ajudou a puxar a alta. No entanto, GDF diz que o reforço aos cofres públicos é insuficiente para cobrir o rombo
atualizado
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A alta nos impostos este ano continua a reforçar o caixa do Distrito Federal. No intervalo de um mês, a receita tributária cresceu R$ 343 milhões: de R$ 1,022 bilhão, em fevereiro, para R$ 1,365 bilhão, em março. Na comparação com março de 2015 (quando foi arrecadado R$ 1,204 bilhão), o aumento também é expressivo: a variação ficou em 13,7%, percentual acima da inflação verificada no período — 9,38% no acumulado de 12 meses, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA).
Nesse intervalo de um ano, a arrecadação com o Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e a Prestação de Serviços (ICMS) passou de R$ 456 milhões para R$ 588 milhões, se comparados os meses de março do ano passado e o deste ano. Os dados fazem parte do Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo).O crescimento do ICMS, que significa robusta melhora da economia do DF, principalmente no comércio, tem ajudado os cofres públicos locais. No primeiro trimestre, a arrecadação com o imposto chegou a R$ 1,77 bilhão, contra R$ 1,55 bilhão no mesmo período de 2015, uma variação de cerca de 14%. Desde o começo deste ano, os contribuintes pagam mais impostos em vários segmentos. No caso de bebidas, por exemplo, a alíquota de ICMS passou de 25% para 29%. No caso de álcool e gasolina, de 25% para 28%, e da TV por assinatura, de 10% para 15%.
Na avaliação do economista Jandir Feitosa, da Fundação Getúlio Vargas, o aumento na arrecadação é um ponto positivo em meio à recessão econômica que o país vive. Ele reconhece que o contribuinte tem papel fundamental, já que paga mais impostos, e afirma que o GDF precisa administrar bem o dinheiro. “Qualquer arrecadação melhora o resultado primário. Então, o governo não pode aumentar os gastos. Precisa pagar os atrasados e colocar as contas em dia”, resume.
Receita insuficiente
O aumento na arrecadação, no entanto, não é suficiente para reverter o rombo nas contas públicas, segundo o GDF. Por meio de nota, a Secretaria de Fazenda ressaltou que houve queda nos repasses federais — e que a folha dos servidores precisará ser complementada com recursos do Tesouro local. A pasta lembrou ainda que “a dívida herdada da gestão anterior, de R$ 3 bilhões, agrava a situação econômica local e compromete os recursos do Governo de Brasília”.
“Portanto, todos os recursos excedentes da arrecadação tributária, dados esses cenários, seguem insuficientes para cumprir todas as demandas correntes e as demais despesas com investimentos e melhorias necessárias, essenciais às cidades do DF”, concluiu a secretaria.