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Metrópoles dá dicas de onde investir em tempos de crise

Confira opiniões de especialistas sobre sete diferentes áreas de investimento

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Em tempos de crise e mercado financeiro volátil (subindo e descendo em questão de instantes), alguns investimentos tornam-se arriscados. Com um cenário político que muda a cada dia, fica difícil prever os rumos da economia. Diante desse quadro de instabilidade, para quem conseguiu economizar nem que seja um pouquinho de dinheiro ou colocou a mão numa bolada inesperada, qual é o investimento mais adequado?

O que se tem visto nos últimos dias é que a qualquer sinal de mudança de governo, os mercados financeiros comemoram, mesmo sem saber qual rumo o país irá tomar. O auge da euforia ocorreu logo depois da cerimônia de nomeação do ex-presidente Lula como ministro, quando a Justiça suspendeu a posse. O dólar chegou a bater a mínima de R$ 3,60. A debandada do PMDB do governo também causou euforia na Bolsa de Valores e nas negociações envolvendo o dólar.

Com tantas idas e vindas, o que fazer? Poupar? Investir no tesouro direto? Comprar dólar? Ações? Afinal, nem sempre é fácil entender o mercado financeiro. Em muitos casos, quanto maior o risco de o governo dar um calote, mais alto o prêmio a ser pago em juros.

Pensando em ajudar nessa hora, o Metrópoles conversou com economistas e reuniu dicas valiosas para os pequenos investidores. Confira:

  • Tesouro Direto

O Tesouro Direto é um programa desenvolvido para venda de títulos públicos federais a pessoas físicas por meio da internet. Com apenas R$ 30 é possível investir. Ele oferece títulos com diferentes tipos de rentabilidade (prefixada, ligada à variação da inflação ou à variação da taxa de juros básica da economia), de prazos de vencimento e de remuneração. Mas, a pergunta que não quer se calar: é seguro emprestar dinheiro a um governo que não consegue economizar para pagar a sua própria dívida?

De acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, sim. “Apesar do rebaixamento do Brasil diante das agências de classificação, o risco de calote nos títulos brasileiros ainda é muito baixo”, explica o professor de finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec/DF) Marcos Melo. O investimento aparece como uma boa opção para quem deseja economizar sem um objetivo concreto para o futuro.

Em meio à crise política, a compra e venda de títulos públicos chegou a ser suspensa ou teve a abertura adiada por 17 vezes este mês. Uma delas no dia 17, logo após a suspensão da posse de Lula como ministro e a abertura da comissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.

A medida é adotada quando há alta volatilidade nas taxas de juros pagas pelos títulos públicos. Para evitar prejuízos aos investidores, caso os títulos sejam vendidos por um preço acima do valor de mercado, ou perdas para o próprio Tesouro Nacional, se os títulos forem oferecidos por preços abaixo do mercado, a compra dos papeis é suspensa até as taxas se estabilizarem.

 

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  • Ações

A Bolsa de Valores também surge como opção aos que não têm pagamentos em vista e pensam em obter renda a longo prazo.

Na semana passada, por exemplo, os papéis da Petrobras, estatal que está no olho do furação da operação Lava Jato, subiram 10% e um dia e caíram 10% no dia seguinte. Como suportar tanta emoção?

Os economistas destacam que é por isso mesmo, pelo alto risco, que o investimento tem boa rentabilidade. Alguns fundos registraram alta de 20% só este mês. Porém, para evitar que toda a sua poupança vire pó em questão de horas, a dica dos economistas é investir com cautela e destinar no máximo 20% das economias ao mercado. E saber esperar o melhor momento para vender as ações.

  • Dólar

Diante da volatilidade na economia, o investimento em dólar torna-se pouco recomendado. Caso haja a troca de governo com o impeachment – o que vem sendo pedido pela população em diversos atos ao longo do mês – e a credibilidade do país volte a aumentar, o professor de finanças da Universidade de Brasília (UnB) José Matias-Pereira alerta: “Provavelmente a queda da moeda será bastante acentuada”. “O mercado está muito instável para esse tipo de investimento”, completa o especialista.

Por outro lado, vale lembrar que no ano passado a valorização do dólar frente ao real chegou a 48,49%. Nada mau!

  • Arte/Metrópoles
  • Poupança

Apesar de apresentar remuneração abaixo da inflação, a poupança ainda é uma alternativa confortável, principalmente para os pequenos investidores. O investimento tem relação com a segurança, uma vez que sempre rende – mesmo que pouco – no fim do mês.

Para o poupador, pouco importa quem está no comando do país ou quem pode ou não cair. Independentemente disso, no final do mês a taxa de juros é aplicada sobre o valor aplicado.

Este ano, a modalidade está completando 155 anos de existência como a aplicação mais tradicional do país. Para se ter uma ideia, no final de 2015, os brasileiros tinham R$ 656 bilhões investidos na caderneta. Mesmo assim, o investimento está em queda e muita gente tem procurado outras maneiras mais rentáveis de fazer o dinheiro aumentar. Em 2015, o rendimento foi de 8,15%, enquanto a inflação do mesmo período superou os 10%.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

  • Mercado imobiliário

“A fase é muito interessante para quem tem capital disponível e recursos para investir. No processo de grave crise econômica que atravessamos, com todas as incertezas, o mercado imobiliário foi muito afetado e os preços tiveram queda significativa”, explica Matias-Pereira.

A dica do economista é pesquisar bastante antes de comprar um imóvel para investir, observando sempre o preço e a qualidade do empreendimento. Com a oferta elevada, o comprador hoje tem vantagem ao investir. Assim, no momento em que a economia e a política se reorganizarem, quem teve a oportunidade de investir no setor deve ter um bom retorno financeiro.

  • Ouro

O ouro também aparece como um investimento a longo prazo, que apresenta resultados em um tempo médio de cinco anos. Não adianta investir agora e verificar a cota a todo momento. Ele funciona mais como uma reserva de valor do que como uma fonte de enriquecimento.

Mas antes de sair por aí comprando barras douradas é importante entender como funciona esse mercado. O preço do grama de ouro no Brasil subiu cerca de 30% em 2015. Uma rentabilidade significativa.

Segundo o Banco do Brasil, responsável pela custódia de quase um terço do volume de ouro negociado no país, “investir em ouro envolve riscos e pode haver perda financeira, caso haja depreciação da cotação do metal”, uma vez que o investidor está sujeito ao movimento da economia global.

No Brasil, é possível adquirir ouro na BM&FBovespa, por meio de contratos em que o comprador não é obrigado a retirar as barras. Também existe o mercado de balcão, como o Banco do Brasil e a Ourominas, em que o cliente recebe o metal. Outros fatores precisam ser levados em conta pelo investidor, como taxas de custória (para guardar o ouro), transporte, seguro e, é claro, o Imposto de renda.

  • Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)

Ambos são investimentos de renda fixa e estão em alta no atual cenário econômico. “Apesar de terem apresentado queda recentemente, ainda são de rentabilidade alta”, explica Melo.

O rendimento é rápido, uma vez que gera lucros diariamente. Mas atenção: são alternativas que exigem um investimento inicial um pouco acima da média. (Com informações do G1, R7 e Agência Estado)

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