Distritais reúnem assinaturas e protocolam criação de CPI da Saúde
Desaparecimento de remédios, suspeitas de irregularidades na compra de equipamentos e má gestão são alguns dos pontos que serão investigados pelos deputados. Pedido foi protocolado na tarde desta terça (15/3)
atualizado
Compartilhar notícia
A série de desmandos na gestão da Saúde do Distrito Federal motivou o pedido de criação, nesta terça-feira (15/3), de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara Legislativa para investigar denúncias sobre os sucessivos problemas na área. As irregularidades na aquisição de próteses e órteses — descritas no relatório do Tribunal de Contas do DF divulgado na semana passada — estão entre os fatores que fizeram com que os parlamentares assinassem o pedido de instalação da CPI. Outro caso que despertou a atenção dos distritais é a denúncia de um consumo recorde de ritalina, remédio indicado para o tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), usado para melhorar a concentração.
Segundo o deputado Lira (PHS) — que reuniu as assinaturas necessárias para protocolar o pedido de abertura da CPI da Saúde —, a denúncia surgiu após a informação de que o medicamento estava em falta na secretaria da área. “Um lote com 45 mil comprimidos chegou e o estoque acabou em 24 horas. Um só médico teria sido responsável por assinar 40% das receitas”, informou o distrital, que não soube precisar em que data ocorreu o episódio. A certeza é de foi dentro do período que será focado pelo colegiado, de 2011 a 2016.
Temos uma série de situações a serem esclarecidas, como remédios comprados em grande quantidade, que já estão vencidos, enquanto existem outros em falta; médicos que têm duas matrículas; aparelhos comprados nos corredores dos hospitais sem uso… Entra governo, sai governo, e a situação da Saúde não se resolve, mesmo com um orçamento bilionário
Lira, deputado distrital
O parlamentar conseguiu a assinatura de 15 deputados — são necessárias oito para protocolar o pedido. São eles: Bispo Renato Andrade (PR), Celina Leão (PPS), Juarezão (sem partido), Wellington Luiz (PMDB), Raimundo Ribeiro (sem partido), Rodrigo Delmasso (PTN), Rafael Prudente (PMDB), Robério Negreiros (sem partido), Chico Vigilante (PT), Cláudio Abrantes (Rede), Ricardo Vale (PT), Liliane Roriz (PTB), Sandra Faraj (SD) e Wasny de Roure (PT), além de Lira.
O período de análise da CPI — 2011 a 2016 — englobará tanto a gestão de Agnelo Queiroz (PT) quanto a de Rodrigo Rollemberg (PSB). Secretários de Saúde, empresas envolvidas em contratos de aquisição de material e medicamentos, além de funcionários dos setores de compra e gestão devem ser convocados pelos parlamentares.