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Delatores relatam que propina a Agnelo foi entregue em obra do estádio

Segundo o ex-executivo da Andrade Gutierrez, Rodrigo Leite Vieira, dinheiro foi entregue no canteiro de obras a um interlocutor do petista

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Denio Simões/GDF
Agnelo Queiroz e Tadeu Filippelli
1 de 1 Agnelo Queiroz e Tadeu Filippelli - Foto: Denio Simões/GDF

Entre os argumentos para embasar a prisão temporária do ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) está o recebimento de propina. Durante delação da Andrade Gutierrez, no âmbito da Operação Lava Jato, o colaborador Rodrigo Leite Vieira, ex-executivo da empreiteira, relatou entrega em dinheiro no canteiro de obras do Estádio Mané Garrincha. O responsável por receber a quantia e repassar a Agnelo seria o empresário Jorge Luiz Salomão.

Salomão é apontado como intermediário do ex-governador petista no recebimento dos valores. “Rodrigo Leite Vieira disse que entregou em 2014, no canteiro de obras do Estádio Mané Garrincha, vultosos valores de propina destinados ao ex-governador em mãos de Jorge Luiz Salomão, havendo indícios, assim, de que teria cometido os delitos de lavagem de dinheiro e corrupção, fazendo parte também de associação criminosa liderada por Agnelo Queiroz”, diz documento da Justiça Federal.

A trama criminosa narrada à Polícia Federal pelos delatores da Andrade Gutierrez revela que o petista, o “governador que construiu o estádio”, “o fez retirando obstáculos, ainda que para isso tivesse que articular para que fossem modificadas as finalidades da Terracap pela Câmara Legislativa, a fim de que essa empresa pudesse executar a reforma do Mané para a Copa do Mundo, e o fez, segundo direcionam os autos, a qualquer custo”.

Segundo os lenientes e colaboradores, Agnelo teria recebido propina milionária por meio do interlocutor Jorge Luiz Salomão, para custear eventos do governo. Ele teria pedido ainda dinheiro para seu auxiliar Francisco Cláudio Monteiro, ex-deputado distrital e secretário da Copa.

Operação
Agnelo Queiroz e outras nove pessoas são alvo da Operação Panatenaico da Polícia Federal. Ele foi preso na manhã desta terça-feira (23/5). A suspeita é de fraude e desvio de recursos públicos em obras de reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. Orçada em R$ 600 milhões, a arena brasiliense custou mais de R$ 1,6 bilhão.

As investigações decorrem das delações de ex-executivos da Andrade Gutierrez, que construiu a arena em consórcio com a Via Engenharia.

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