Artista nu detido em Brasília desabafa após ser acusado de ato obsceno
Pelado dentro de uma bolha de ar, o jovem realizava a intervenção artística no sábado (15/7), quando foi preso pela Polícia Militar
atualizado
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O artista Maikon Kempinski, do Paraná, usou as redes sociais na tarde deste domingo (16/7) para fazer um desabafo, após ser detido durante uma performance em frente ao Museu Nacional da República em Brasília. Nu dentro de uma bolha de ar, o jovem realizava no sábado (15) uma intervenção artística que integra o circuito Palco Giratório, do Serviço Social do Comércio (Sesc), quando foi preso pela Polícia Militar.
O jovem afirmou, em sua página no Facebook, que ele e sua equipe foram agredidos “sem oportunidade de diálogo ou explicação”.Segundo a PM, a corporação recebeu reclamações de pessoas que passavam pelo local durante a apresentação. Chegando lá, os militares pediram que o artista se vestisse, mas, como ele teria se recusado alegando ter passado uma substância no corpo, foi detido pelo crime de ato obsceno.
“Eles usavam o código penal pra justificar toda aquela violência. Precisavam ir com o joguinho deles até o fim. Foi então que um dos policias, um sargento, me deu uma chave de braço e, sem esperar que me trouxessem meus documentos ou sapatos, me carregou para os fundos de um camburão apertado, como um criminoso”, relatou.
Segundo Maikon, a apresentação chamada “DNA de DAN” já passou por diversas cidades do país e os artistas nunca foram “impedidos ou atacados”. Ele explicou que a performance, na qual passa uma substância líquida no corpo e fica imóvel até que ela seque, representa “um ambiente quase transparente que separa mundo exterior de interior”.
Em seu ponto de vista, para alguns, a nudez só é um “espelho incômodo de seus preconceitos e bloqueios”. “Mas tem lugar pra todo tipo de arte nesse mundo, até pra aqueles que não têm talento nenhum pra viver. Mas eu continuo em pé, trocando de pele mais uma vez, diante de todos e de tudo”, concluiu na postagem.
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