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Conta de água vai aumentar 2,67%. Será o segundo reajuste em menos de um ano

Novas tarifas valerão a partir de 1º de janeiro de 2016. Caesb alega que sucessivas altas na conta de energia afetaram equilíbrio financeiro da empresa

atualizado

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1 de 1 091115MM_agua001 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Prepare o bolso porque vem aí um novo aumento na tarifa de água. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa) vai autorizar o reajuste de 2,67% nas contas pagas pelo brasiliense. Se dependesse apenas da Caesb, a alta seria maior ainda: 4,14%. Pela primeira vez na história da empresa, está sendo concedido um reajuste extraordinário.

As novas tarifas podem entrar em vigor no dia 1º de janeiro de 2016 e vigorarem até maio do mesmo ano, quando serão reajustadas novamente. A  justificativa é que os frequentes aumentos na conta de energia atingiram em cheio os custos operacionais de abastecimento e distribuição de água, afetando o equilíbrio financeiro da companhia.

Um estudo realizado pela Adasa comprovou que a despesa projetada de energia elétrica da Caesb para 2015, em comparação à de 2013, teve um aumento de R$ 39.589.015,06 – o que representa alta de 74,45%.

Toninho Tavares/Agência Brasília
A barragem de Santa Maria é o segundo maior reservatório de água do DF*Toninho Tavares/Agência Brasília**

 

Abusivo
Em março deste ano, a Caesb reajustou as tarifas em 16,20%. Na ocasião, conseguiu antecipar a revisão tarifária, prevista para junho do ano que vem. Pela medida, Caesb e Adasa respondem a ação por aumento abusivo de preço, movida pela Proteste, associação de defesa do direito do consumidor. Somando os reajustes de março de 2014 e de março de 2015, a alta chegou a 23,59%, enquanto a inflação acumulada no período ficou em 12,32%.

Para referendar o reajuste, a Adasa realiza no próximo dia 17 uma audiência pública, onde o reajuste precisa ser aprovado. Depois, terá 30 dias para homologar as novas tarifas. Pela legislação, a Caesb tem direito a um reajuste anual para recomposição das perdas, além de revisões tarifárias a cada quatro anos. A norma permite, ainda, revisões extraordinárias, caso se verifique o comprometimento do equilíbrio financeiro da empresa.

Procurada pelo Metrópoles, a Caesb disse que não iria se manifestar. Já a Adasa informou, por meio de sua assessoria, que não é possível determinar qual etapa do abastecimento de água realizado pela Caesb consome mais energia. A agência afirma que a estação que tem o maior gasto com energia elétrica é a da Bacia do Descoberto, justamente por ser a maior fornecedora de recursos hídricos do DF (representa 60% do abastecimento).

Em nota, a Adasa reforça que o índice de 2,67% é apenas uma proposta que será submetida a audiência pública. “Durante audiência serão apresentadas propostas, sugestões e indagações dos contribuintes para que, somente após o período de análise e avaliação da Adasa, será fixado o real valor da tarifa. Após as propostas, este período poderá  ser prorrogado, sendo o valor inicial (de 2,67%) – apenas uma sugestão de primeira análise.”

Levando em conta o reajuste autorizado pela Adasa, de 2,67%, confira quanto o brasiliense pode pagar a partir de 1º de janeiro:

Joelson Miranda/Metrópoles
*Arte: Joelson Miranda/Metrópoles**

 

Efeito cascata
Segundo Mauro Castro, especialista em finanças do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), o impacto do aumento será maior ainda, em virtude do efeito cascata. Ou seja, além de pagar pelo consumo em casa ou no condomínio, por exemplo, o brasiliense desembolsará mais pelos serviços que dependem de água, como lavanderias.

Existe uma cadeia de aumentos a partir da água. Serviços como alimentação, hotelaria e saúde também vão ter que elevar os preços para continuar operando.

Mauro Castro, especialista

Castro comenta que a água é um bem essencial e, portanto, do qual a população não tem como abrir mão. “Não há alternativa. A solução seria fazer uma economia no consumo, mas muitas famílias já utilizam o mínimo possível”, destaca.

 

 

 

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