Via e Odebrecht querem rescindir contrato do Centro Administrativo
Empreiteiras alegam que o GDF não efetuou pagamento algum pelo empreendimento construído em Taguatinga e pedem indenização
atualizado
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Anunciado como uma imponente obra que reuniria em Taguatinga diversos órgãos do GDF, o Centro Administrativo nunca foi usado e está prestes a pagar mais um mico. A concessionária que administra o empreendimento — a Centrad, formada pela Via Engenharia e a Odebrecht — quer rescindir o contrato e ser indenizada pelos cofres públicos.
A Centrad alega que, após investir mais de R$ 1 bilhão no empreendimento, ainda não recebeu um centavo sequer pela obra, construída na modalidade Parceria Público-Privado (PPP). Pelos termos iniciais do acordo, o GDF deveria ter iniciado pagamentos de R$ 3,26 milhões mensais em julho de 2014. Sem os repasses, a Centrad propôs a rescisão contratual, mas espera receber uma indenização pelos gastos desembolsados até agora. No entanto, o valor pleiteado não foi divulgado.
“A concessionária está impedida de honrar seus compromissos, em especial com seus financiadores, uma vez que as receitas das contraprestações mensais seriam usadas para amortizar empréstimos contraídos nas instituições financeiras”, justificou o consórcio, por meio de nota.A Centrad não divulga o valor mensal gasto para manter o Centro Administrativo inoperante, mas há equipes de segurança 24 horas por dia, além de pessoas responsáveis pela limpeza e pela manutenção da estrutura física.
O GDF informou, via Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), que a proposta apresentada pela concessionária em 10 de outubro está sob estudo. “A rescisão está sendo analisada como uma das soluções possíveis a ser dada para o contrato”, informou. “Assim, o valor estimado também está em fase de negociação”, disse a Seplag, que tampouco revelou as cifras envolvidas.
Inauguração fajuta
Estimada em um custo de R$ 700 milhões, a obra foi inaugurada em dezembro de 2014, por Agnelo Queiroz (PT), no último dia dele no cargo de governador. Mas uma série de pendências jurídicas impediram a liberação do local. Outro fator que pesa na decisão do GDF em não se “mudar” para o Centro Administrativo é a crise econômica. Ao transferir estruturas para Taguatinga, haveria uma série de gastos, como a compra de mobiliário.