Caem o secretário de Justiça, João Carlos Souto, e o subsecretário do Sistema Penitenciário, João Carlos Lóssio
O novo secretário de Justiça será Guilherme Rocha de Almeida Abreu, perito criminal e ex-diretor do Instituto de Criminalística
atualizado
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A maior fuga de todos os tempos da Papuda resultou na exoneração do secretário de Justiça e Cidadania, João Carlos Souto (foto acima), bem como de seu subsecretário do sistema penitenciário, João Carlos Lóssio.
Os dois acabaram de ser comunicados da notícia pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB).
O novo secretário de Justiça interino será Guilherme Rocha de Almeida Abreu, perito criminal e ex-diretor do Instituto de Criminalística. Guilherme ocupava o cargo de chefe de gabinete do secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio. Ele também é filho do ex-presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, desembargador Luiz Cláudio de Almeida Abreu.
Quem assumirá a Sesipe é o diretor-adjunto da Polícia Civil, Anderson Espíndola. O delegado conhece de perto os desafios do cargo. ele esteve à frente da subsecretaria em 2007. Espíndola é querido na Polícia Civil e com passagens importantes por unidades como a antiga Divisão de Repressão a Roubos (DRR) e Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DRFV).
“Vamos fazer com que a Subsecretaria do Sistema Penitenciário possa ir para a pasta de Segurança Pública do DF. Estamos preparando esta reestruturação”, disse Rollemberg, em coletiva.
No lugar de Anderson Espíndola, assumirá o cargo de diretor-adjunto da Polícia Civil o delegado Cícero Jairo.
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Delegado da Polícia Civil, Lóssio disse que vai definir com a família quais serão seus próximos passos na Polícia. “Passei um ano e dois meses à frente da Sesipe, abdicando do convívio com a minha família e concentrando todas as minhas forças para o sistema de Segurança Pública. Já tenho tempo para me aposentar, mas essa é uma questão que terei de definir com os meus familiares”, disse ao Metrópoles.
Com as mudanças, fica vago o cargo de diretor-geral adjunto da Polícia Civil. Alguns nomes já começam a ser especulados. Dois delegados saem à frente nessa disputa. Um deles é Moisés Martins, atual chefe da 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro). Querido pelos companheiros de trabalho, Moisés é visto dentro da corporação como um dos delegados mais técnicos e operacionais da PCDF.
O outro nome que aparece nos bastidores é o da diretora do Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegada Mabel de Farias, que já ocupou cargos de destaque como a chefia da Coordenação de Investigação de Crimes contra a Vida (Corvida).
Quem são os ex
Em 27 de outubro do ano passado, Souto se envolveu em uma saia-justa. Partiram do celular dele fotos de uma loira praticamente nua para o grupo de WhatsApp em que estavam os secretários do GDF, o governador Rollemberg, o vice, Renato Santana, e a primeira-dama, Márcia Rollemberg. Logo depois de ter enviado as fotos, ainda no grupo, Souto pediu desculpas e alegou que o filho tinha sido o responsável pelo envio. Horas depois, ao Metrópoles, o então secretário de Justiça afirmou que desconhecia o teor das fotos e também não sabia que as tinha enviado.
Delegado da Polícia Civil do DF desde 1996, João Carlos Couto Lóssio Filho tem 48 anos e é natural de Recife (PE). Em sua última atuação na PCDF, foi chefe da 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante). Disputou as eleições de 2014 pelo PSDB, na coligação PSDB/PSDC, defendendo a redução da maioridade penal. Conquistou 2.504 votos e não conseguiu se eleger.
Em 2015, quando assumiu a chefia da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), mudou o discurso por, segundo ele, ter visto a realidade dos presídios e considerar que o Estado não estava preparado para ressocializar os adolescentes. Lóssio é irmão da ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana Christina Guimarães Lóssio.