Bufê fechado tem de devolver pelo menos R$ 71 mil a clientes
Sete casais prejudicados pelo fechamento do La Provence se reuniram nessa terça-feira (13/12) para discutir quais providências vão tomar
atualizado
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Os clientes que tinham fechado contratos com o bufê La Provence, interditado na última quarta-feira (7/12) pela Vigilância Sanitária, temem ficar no prejuízo. Nessa terça (13), eles foram avisados de que os serviços contratados não serão realizados pela empresa e se reuniram para pensar em quais atitudes podem ser tomadas. Só para os sete casais que participaram do encontro, a companhia teria de devolver mais de R$ 71 mil.
O valor, no entanto, deve ser ainda maior, já que algumas pessoas afetadas pelo fechamento do bufê não puderam estar na reunião. A certeza do cancelamento dos contratos veio por meio de uma mensagem do escritório de advocacia que representa a empresa. O texto orienta os clientes a cancelarem todos os pagamentos que estavam programados. No entanto, além dessas informações, os responsáveis não esclareceram se e como os contratantes receberão o dinheiro de volta.
Ao saberem do fechamento do bufê, a primeira reação foi descrença. “Recebemos várias indicações, é uma empresa tradicional. Não queria acreditar”, afirma Marina. Após a interdição, o casal sustou os cheques dos pagamentos seguintes. No entanto, nesta terça (13), mesmo após a mensagem enviada pelos advogados da companhia, uma das ordens de pagamento foi debitada.
A reação de incredulidade também atingiu o casal formado pela arquiteta Larissa Carvalho, 31 anos, e o bibliotecário Jonathan Santos, 28. Nessa segunda (12), após não terem sucesso em contatos por e-mail e telefone, o casal localizou o escritório de advocacia contratado pelos proprietários do La Provence e foi ao local. “Eles nos atenderam e disseram que assumiram o caso há poucos dias. Mas não souberam explicar como vai funcionar a devolução do dinheiro”, explica Larissa.
Os noivos, com matrimônio marcado para setembro de 2017, assinaram o contrato em março deste ano e pagaram todo o valor à vista – cerca de R$ 14 mil. Com a situação, eles agora pensam até em adiar a festa. “O contrato do bufê era o mais importante para nós e foi o que levamos mais tempo para escolher. Estamos com o orçamento do casamento apertado e não sei se teremos como contratar uma nova empresa até a data já marcada”, explica Larissa.
A situação mais urgente, no entanto, é o da empregada pública Ana Ribas, 29 anos, e do publicitário João Dreyer, 31. O casamento deles está previsto para fevereiro do ano que vem, e o casal corre contra o tempo para conseguir um novo bufê. “Não dá para mudar nem adiar a data, já têm muitas coisas arrumadas. Estamos fazendo orçamentos com outras empresas, mas elas não estão se sensibilizando com a situação, e os valores estão muito altos”, diz Ana.
Agora que a situação com o La Provence chegou a esse ponto, a noiva afirma que algumas ofertas podiam ser consideradas como sinais de problemas, já na época da assinatura do contrato: “Eles nos ofereceram coisas muito boas para o valor que estavam cobrando. No início, não me toquei, mas agora acho que isso podia ser um indício”. Os outros casais também relataram histórias parecidas.
Quase todos os prejudicados que participaram da reunião dessa terça já tinham registrado boletins de ocorrência contra a empresa. No entanto, o objetivo deles é resolver o problema da maneira mais simples possível. “Nem queremos ir à Justiça, só desejamos que os responsáveis nos chamem para uma reunião coletiva onde a questão possa ser discutida. Só não pode continuar do jeito que tem sido feito até agora”, finaliza Diogo Martins.
Mesmo após sucessivas tentativas de contato nos últimos dias, o bufê La Provence não respondeu aos questionamentos do Metrópoles.