Brincalhaço ocupa o Bloco H da 312 Sul: pelo direito das crianças
Evento ocorreu neste domingo (29/1). Foi marcado pelas redes sociais em protesto à proibição de brincadeiras no Bloco H da 312 Sul
atualizado
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Famílias inteiras ocuparam, neste domingo (29/1), os pilotis do Bloco H da 312 Sul. Centenas de pessoas foram ao local para participar do “Brincalhaço“, um evento marcado pelo Facebook em protesto contra a proibição de crianças brincarem debaixo do prédio. A luta, que começou por meio de uma postagem de uma moradora do condomínio nas redes sociais, foi ampliada e mobilizou pessoas de todo o DF.
Como não podia faltar, o “Brincalhaço” foi marcado por muita diversão e brincadeiras. Teve pipoca, pintura de rosto, desenho, bolinhas de sabão e alegria. Pai de duas crianças, de 1 e 4 anos, o professor universitário Leonardo Melo, 33, mora na Asa Sul e está entre as pessoas que fizeram o movimento debaixo do bloco. “Brincar é um direito fundamental, que não pode ser violado. Não foi no meu prédio (a proibição), mas quero fazer de tudo para não chegar lá”, disse.
O professor de artes Luiz Renato Lopes, 44, também fez questão de participar do ato. “Eu li a matéria de vocês e fiquei sabendo de tudo isso. Acho que, enquanto educador, eu precisava estar aqui. Sei da importância da brincadeira para o desenvolvimento da criança”, destacou.
O secretário de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, Aurélio Araújo, também participou do “Brincalhaço” e fez questão de reforçar que os pilotis dos prédios são espaços públicos e de convivência. Ele garantiu que o problema não se restringe ao Bloco H da 312 Sul. “Essa discussão agora está pautando demais locais. Recebemos reclamações de gente do Noroeste, Sudoeste também”, disse.Clara Riella, 4 anos, se divertiu durante o protesto organizado pelas redes sociais. “Eu gosto de brincar lá embaixo do meu prédio e hoje vim para cá brincar de Barbie”, disse a menina. O evento ocorreu de maneira pacífica, em meio a muita brincadeira e cores.
A proibição de brincadeiras no Bloco H da 312 Sul veio à tona depois que a arquiteta Larissa Villela 31, postou nas redes sociais um desabafo na última quinta-feira (26). Ela disse que suas filhas, de 4 e 2 anos, foram impedidas de brincar nos pilotis do prédio. O argumento da síndica, Salete Gomes, era de que a restrição estava prevista no regimento do condomínio.
Neste domingo, Larissa participou do ato no bloco para onde ela se mudou com a família em dezembro do ano passado. E diz que ficou surpresa com toda a repercussão do caso. “Não imaginava que fosse virar tudo isso. Mas acho superpositivo. O que antes era um problema individual, agora virou uma luta de Brasília”, comentou.
Após o caso ser mostrado pelo Metrópoles, o Conselho Tutelar agiu e determinou que, caso a proibição fosse mantida, a síndica poderia responder judicialmente. Salete convocou uma assembleia geral do condomínio para o próximo dia 4 para que os moradores, incluindo Larissa, possam reavaliar as normas que regem o prédio.
Em entrevista neste domingo, Salete reforçou que o regimento do prédio, confeccionado em 1971, na época de ditadura militar, é que impõe restrições ao uso dos pilotis, proibindo aglomerações debaixo do bloco. Depois da repercussão e antes de qualquer reavaliação das regras pelos condôminos, ela promete que, a partir de agora, nenhuma criança terá seu direito cerceado no prédio.