Após receber a notícia de que voltaria a morar com o pai, criança se desespera, pede para ficar em Brasília e comove a internet. Veja vídeo

Emoção e revolta. Esses são os sentimentos de quem assiste um vídeo que circula nas redes sociais e mostra um menino de 6 anos aos prantos após receber a notícia de que voltaria a morar com o pai. As imagens foram gravadas na noite de quarta-feira (27/1), em um audiência no Fórum do Riacho Fundo I, cidade onde a mãe da criança mora.

Nas cenas, o menino chora, conta que o pai batia nele e pede para Deus que o juiz o deixe ficar em Brasília. Uma página foi criada no Facebook chamada “Todos por Samuel”. Até a última atualização desta matéria, às 17h30, o endereço já contava com cerca de 98 mil curtidas.

Nos últimos quatro meses, o garoto ficou na capital morando com a mãe, Rosilene Batista Silva. Segundo Rafael Souza, tio de consideração de Samuel que o abraça durante parte do vídeo, Rosilene ouviu de uma tia paterna da criança que ele era maltratado pelo pai e pela madrasta. Ainda de acordo com Souza, todas as vezes que o menino ligava para mãe, o pai estava ao lado dele.

O tio contou que Rosilene foi casada com o pai de Samuel por um ano e meio e que a separação, ocorreu por causa de constantes agressões físicas e psicológicas que sofria. Ela chegou a denunciar o então marido à polícia, mas retirou a queixa após ser ameaçada de morte. Souza explica que Rosilene deu a guarda da criança ao pai porque ele teria dito que mataria ela e o menino. “Foi de cortar o coração quando vimos o Samuel pela primeira vez aqui em Brasília. Ele estava traumatizado”, relembra.

Temos vários laudos psicológicos e médicos que mostram que o Samuel sofria maus-tratos. Conseguimos um advogado e vamos entrar com um recurso contra a decisão do juiz. Ele não quis ouvir os relatos da família e muito menos a criança 

Rafael Souza, tio de consideração do menino

De acordo com o processo que tramita Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Rosilene tirou a criança da guarda do pai sem o consentimento dele. Na decisão do juiz consta que ela levou o menino para o DF, retirando-o de seu convívio familiar, parentes, amigos, escola e consultas médicas.

Diante dos fatos, o pai ajuizou, na comarca de Capivar (SP), ação de busca e apreensão com pedido liminar, o que foi deferido pelo juízo de São Paulo, com a expedição de carta precatória, documento que um juiz envia a outro de outro estado. Em outubro do ano passado, a mãe de Samuel tomou conhecimento da situação e ajuizou uma ação de modificação da guarda. Segundo relato de Rosilene, ela cedeu a guarda da criança ao pai por conta de várias ameaças que sofria.

Rafael Souza publicou em seu perfil no Facebook um apelo à população do DF e às autoridades. No texto, ele conta que no tempo em a criança que esteve em Brasília, ouviu os “horrores” sofridos pelo menino. E continua: “Vamos esperar para ver mais um caso como Isabella Nardoni e Bernado?”.

O Ministério Público informou ao Metrópoles que os processos da área de família são sigilosos, por isso não é possível repassar à imprensa nenhuma informação a respeito do caso.