Adolescentes de Unidade de Semiliberdade Feminina pegam sarna
Sete internas do sistema socioeducativo foram medicadas e terão que ficar uma semana de atestado em casa
atualizado
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As doenças de pele que atingiram as seis unidades prisionais do Distrito Federal também chegaram ao sistema socioeducativo. Sete adolescentes da Unidade de Semiliberdade Feminina do Guará, que apenas dormem no local, foram contaminadas com escabiose, doença popularmente conhecida como sarna. Ela provoca coceira e feridas na pele. A única relação que pode ser feita com os 2,6 mil detentos doentes em presídios do DF, a maioria no Complexo Penitenciário da Papuda, é caso uma das internas seja parente ou conhecida de um presidiário e tenha sido contagiada por meio do contato. Essa hipótese ainda não foi confirmada pelas autoridades locais.
A unidade de semiliberdade, que integra o sistema socioeducativo (não o prisional, exclusivo para maiores de 18 anos), é regida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Atualmente, abriga 157 meninas que cumprem medida socioeducativa. Desse total, apenas sete jovens apresentaram os sintomas da sarna. Como elas passam o dia em diferentes atividades, a principal suspeita é que tenham contraído a doença fora da unidade do Guará. A doença é altamente contagiosa e, uma vez que as meninas emprestam roupas, lençóis e outros pertences, todas acabaram contaminadas.
O texto enviado ao Metrópoles também é assinado pela Secretaria de Saúde do DF. Segundo o órgão, a escabiose é uma doença causada por um tipo específico de ácaro (Sarcoptes scabiei) e sua infestação é facilmente transmitida através do contato físico. “Além do tratamento, é necessário eliminar os ovos dos parasitas, que se alojam no indivíduo e no meio ambiente onde ele vive”, orienta a pasta.
Veja algumas fotos dos contaminados no Sistema Penitenciário:
Penitenciárias
As doenças identificadas pela Secretaria de Segurança Pública e Paz Social no sistema prisional são escabiose, tinea, ptiríase, furunculose e impetigo. A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) informou que as unidades médicas dos presídios têm trabalhado para estabilizar a proliferação dos casos. Afirmou também ter medicado os internos e feito a higienização das celas.
O surto de doenças infecciosas na Papuda foi revelado pelo Metrópoles em 13 de julho. Na ocasião, 10 esposas de detentos da Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF 1) relatavam ter lesões nos braços e nas pernas. Depois de pedidos da Justiça e do MPDFT, a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social iniciou o tratamento dos presos.
De acordo com a Secretaria de Segurança todas as seis unidades prisionais – Penitenciária do Distrito Federal I (PDF 1), Penitenciária do Distrito Federal II (PDF 2), Centro de Internamento e Reeducação (CIR), Centro de Detenção Provisória (CDP), Centro de Progressão Penitenciária (CPP) e Penitenciária Feminina (PFDF) – têm presos infectados. Até a semana passada eram 2.610 casos. No total, o sistema abriga hoje 15.311 detentos.