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Previsões: 2017, o ano em que você vai mudar a sua vida

Como seria o seu ano novo ideal? Reclamaremos menos do que passou (valeu, 2016) e seremos mais otimistas com as oportunidades?

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Em 2017, ninguém mais será morto na rua por tentar defender uma travesti. Travestis também não serão mortas por serem quem são. Nem gays, nem lésbicas. Nem negros. Nem mulheres.  A forma de amar, de identificar-se, de cultuar seu Deus e de existir pertence a cada um e isso será respeitado por todos. Irrestritamente. Seremos todos menos odiosos.

Isso tirará a tensão do mundo. Cenários destroçados pela guerra, como Alepo, despertarão nossa solidariedade real. Mas também estaremos mais atentos aos conflitos nossos de cada dia, que assolam nossa vizinhança. Seremos solidários ao olhar triste das crianças vítimas do tráfico de armas e drogas, e veremos nelas semelhanças com o drama da Síria.

A morte poupará libertários, inovadores, irreverentes, divertidos. Bowie, Prince, Elke, George Michel – o time de lá foi renovado com sucesso. Neste ano também surgirão equivalentes, que ajudarão o mundo a ficar menos careta.

Por falar em caretas, reacionários, hipócritas, fundamentalistas e demais representantes da classe das almas vis, a eles não será permitida a ascendência ao poder. Suas vidas se tornarão difíceis, por conta do mal por eles mesmos plantado.

Aviso também aos corruptos: os astros, os arcanos, versículos, orixás e sortilégios advertem que a impunidade não mais reinará. Ninguém, ninguém mesmo, será poupado – nem mesmo você, que julga a sua corrupção como “branda”.

A cada carteirinha falsa, fila furada, desvio de conduta, comentário maledicente e vantagem indevida, seu corpo ganhará uma camada a mais de energia de repulsa, e, aos poucos, você experimentará a pior das condenações: a solidão impregnada pela culpa

Por outro lado, os solidários, generosos, atenciosos e amorosos serão recompensados com semelhantes, e serão blindados de gente tóxica, abusiva, descompensada. A vida se tornará mais intensa, verdadeira e cheia de significado.

Boa notícia também para os deprimidos e ansiosos. A eles chegará a compreensão de que a ferida pode ser curada com autoconhecimento, que dará um sentido à existência. Prevejo que 2017 será o ano da coragem. Enfrentaremos nossas dificuldades sem procrastinação nem transferências de responsabilidade.

E, para quem deseja um amor, a notícia mais aguardada: nesse ano, só encalha quem quiser. Estaremos mais dispostos a receber quem chegar como for, distante de idealizações. Entenderemos que grande parte das nossas críticas fala mais de nós do que do outro.

Reaprenderemos a conversar, entendendo que ouvir é tão importante como contar histórias. E faremos isso face a face (e não Facebook a Facebook). Só usaremos os meios virtuais para marcar encontros, não mais alegaremos falta de tempo. Olharemos mais rostos e menos telas.

Por fim, reclamaremos menos do que passou (valeu, 2016) e seremos mais otimistas com as oportunidades que virão.

Assim desejo.

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