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Na cadeia, mas com muito estilo

Conheça os bastidores das notícias, e dos personagens, desta incendiária semana em Brasília

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Delação JBS/Reprodução
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1 de 1 Willer-e-Ãngelo1 - Foto: Delação JBS/Reprodução

Na cadeia, mas com muito estilo
Mesmo dentro da Papuda, o Núcleo de Custódia Militar têm instalações de luxo. É o único presídio da capital considerado “excelente”, segundo classificação do CNJ. Seus dois alojamentos viraram duas grandes celas exclusivas para advogados e ex-policiais encalacrados com a Justiça. Uma recebe detentos provisórios; a outra, sentenciados. Ambas são espaçosas, ventiladas, bem iluminadas e contam com chuveiro quente, vaso sanitário, fogão, geladeira, televisão e sofá. Os presos tomam banho de sol no campo de futebol do lugar, cuidam da horta e podem cozinhar. É justamente esse oásis, em meio ao caos do complexo penitenciário, o novo endereço do advogado brasiliense Willer Tomaz de Souza e do procurador da República Ângelo Goulart Villela (na foto de destaque, à esquerda de Willer).

Juntinhos
Willer e Ângelo foram presos pela PF no mesmo dia, na mesma operação (Patmos) e sob a mesma acusação: tentativa de atrapalhar o processo de delação e as investigações envolvendo a holding J&F, controladora da JBS. Willer teria cobrado R$ 8 milhões em honorários para defender os interesses do grupo. Disse ser próximo do juiz substituto Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília, onde tramita processo contra a empresa. Teria pedido ainda R$ 50 mil mensais para o procurador Ângelo Villela, que lhe abasteceria com informações privilegiadas da Lava Jato, de interesse da JBS. Ou seja, o advogado e o procurador acusados de agirem em conluio agora cumprem prisão preventiva juntos, com oportunidade e tempo de sobra para alinhar defesa e próximos passos.

Leão enjaulado

Michael Melo/MetrópolesOutro que está na ala mais luxuosa da Papuda é Arquicelso Bites Leão Leite, ex-superintendente do consórcio Corsap. Ele foi preso em 30 de maio, durante a Operação Corsap, que investiga irregularidades no consórcio criado em 2013 pelos então governadores Agnelo Queiroz (DF) e Marconi Perilo (GO). Segundo a denúncia, Arquicelso desviou recursos do Corsap por meio de contratos fictícios e pagamentos de serviços não executados. Ligado ao PT, ele é tio de uma figura conhecida em Brasília: o coronel Leão, atual presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do DF (Asof-DF) e chefe da Casa Militar na gestão Agnelo. A Justiça acaba de decidir que Arquicelso seguirá preso.

Ajudinha ao presidente

Sem colher de chá
É preciso vigor para encarar três dias seguidos de intenso julgamento. Ainda mais quando se está enfermo. Que o diga o relator do processo de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE, o ministro Herman Benjamin. Gripado, nos dois primeiros dias ele não abandonou a xícara de chá e afirmou estar “à base da acerola”. Empunhava com frequência o lencinho e chegava a abafar a fala por conta do nariz congestionado. Mas o relator não deu colher de chá nem à doença nem aos colegas contrários a sua linha de voto: leu páginas e páginas de argumento e foi combativo ao rebater ministros e advogados. Nessa quinta, estava muito mais disposto.

Round 3
Os embates acalorados dos primeiros dias de julgamento da chapa Dilma-Temer se despolarizaram. Se antes havia uma clara troca de farpas entre presidente e relator, na quinta o que se viu foi sopapo para todo lado. Em um dos momentos mais tensos, o novato Admar Gonzaga, indicado por Temer, partiu para o enfrentamento com Herman: “Não adianta ficar fazendo discurso para a plateia e querendo constranger seus colegas que isso não vai funcionar. Tenha respeito pelo meu voto”. O relator devolveu na mesma moeda: “Nós seremos constrangidos pelos nossos atos, não pelos colegas”.

Do STF para o Planalto?

Valter Campanato/Agência Brasil
Na primeira fileira do TSE na sessão de quinta-feira, uma figura bastante familiar aos ministros e aos brasileiros assistia confortavelmente aos embates que podem resultar na convocação de novas eleições no país. Era o ex-presidente do STF e ministro aposentado Joaquim Barbosa. Relator do mensalão — tido como precursor da Lava Jato —, Barbosa chegou discreto, disse que o julgamento era “imprevisível” e permaneceu por pouco tempo no Tribunal Eleitoral. Em um evento na quarta-feira, ele admitiu a possibilidade de sair como candidato à Presidência da República, mas comentou ainda ter dúvidas sobre “se decidiria dar esse passo”. Pelo visto, já começou a sondar os cenários.

Brincadeira perigosaReproduçãoDepois de passar por cirurgia, o distrital Reginaldo Veras (PDT) ficará cerca de 90 dias de molho. Ele rompeu o tendão de Aquiles ao visitar uma escola de Santa Maria e inventar de pular corda com os estudantes. Na Câmara, a ausência de Veras causa apreensão. Sem ele, o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma das principais da Casa, passa às mãos de Sandra Faraj (SD), acusada de mau uso de verba indenizatória e que enfrenta processo de cassação na Comissão de Ética.

“Qualquer coisa serve”
A perda do UniCeub como patrocinador master do multicampeão time de basquete brasiliense pegou diretores, atletas e torcedores de surpresa. Com o risco de a capital ficar sem representante na elite do esporte, o ex-técnico da equipe José Carlos Vidal corre atrás de um novo apoiador: “Na situação que está, qualquer coisa serve. Quem não correu, vai ter que correr atrás agora”. O BRB sinaliza que vai manter o apoio. E a diretoria batalha para segurar também a Terracap, afundada em dívidas, mas que na temporada passada colaborou com R$ 1,4 milhão (mesmo valor do BRB). Na dúvida, a direção já baixou em R$ 100 mil a folha de pagamento, mas ainda deve salários e premiações a atletas.

OMG!!!!
Reprodução

Se você acha que a sua conta de água está cara, então veja a bolada que a Terracap tem que pagar até 20 de junho. O valor é referente ao mês de maio e diz respeito APENAS às despesa do estádio Mané Garrincha, um elefante branco que não para de dar prejuízo.

Justiça comum também manda
Nesta semana, o CNJ decidiu arquivar definitivamente processo no qual a Mesa Diretora do Senado questionava decisão do juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Ele assinou o mandado de busca e apreensão no imóvel funcional ocupado pelo ex-ministro Paulo Bernardo e pela mulher dele, a senadora Gleisi Hoffmann, em Brasília. A ação, executada pela PF em junho de 2016, resultou na prisão de Paulo Bernardo. Mas, como o apartamento pertence ao Senado, a direção da Casa argumentava que o mandado deveria ter sido expedido pelo STF. Dessa vez, não convenceu.

Engajando os estudantes
Globo Filmes/DivulgaçãoA atriz Naura Schneider, protagonista do filme Vidas Partidas, desembarca em Brasília nesta sexta-feira. Participa da premiação do Curta Maria, projeto social no qual estudantes de Sobradinho criam vídeos sobre a Lei Maria da Penha. O longa, estreado em 2016, trata sobre violência contra a mulher. Naura tem formação em jornalismo, é engajada no combate à violência doméstica e sabe da importância de envolver o jovens nessa luta.

(Com edição de Ana Helena Paixão)

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