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Servidor que denunciou esquema de propina no GDF é exonerado

Caio Barbieri era chefe da assessoria de imprensa da Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer. Também nesta segunda (25/7), Rollemberg exonerou Valdeci Rodrigues, ouvidor da Saúde, amigo pessoal do vice-governador Renato Santana, acusado de extorquir a presidente do SindSaúde

atualizado

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Brasília (DF), 12/03/2016 – Aniversário de Caio Barbieri, come
1 de 1 Brasília (DF), 12/03/2016 – Aniversário de Caio Barbieri, come - Foto: null

A crise no Palácio do Buriti fez mais uma baixa. O chefe da assessoria de imprensa da Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do Governo do Distrito Federal, Caio Barbieri, foi demitido nesta segunda-feira (25/7). Ele é um dos interlocutores nas conversas gravadas pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, denunciando suposto esquema de pagamento de propinas dentro do GDF.

O ex-assessor do GDF foi quem primeiro comunicou à Casa Civil sobre a suposta extorsão de integrantes do governo local ao SindSaúde. Antes de assumir a assessoria de imprensa do Turismo, Caio Barbieri, que é jornalista, trabalhava na Casa Civil. Ele também atuou como assessor do SindSaúde. Por isso, a relação muito próxima com Marli Rodrigues.

Barbieri conta que, em novembro de 2015, foi procurado por Marli e, a partir desse contato, fez a intermediação dela com o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, na época seu superior imediato.  

Foi Barbieri também quem ajudou Marli a conduzir o assunto até o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) desde janeiro deste ano. Na semana passada, ele prestou depoimento, oficialmente, durante nove horas para as promotoras Marisa Isar, do MPDFT, e Cláudia Fernanda, do Ministério Público de Contas do DF.

Em uma das gravações que abriram um talho de crise no governo, Caio Barbieri é partícipe. Está presente no áudio coletado pela presidente do SindSaúde com o ex-subsecretário de Logística e Infraestrutura da Secretaria de Saúde Marco Antônio Júnior. No episódio, Barbieri é quem provoca o ex-servidor a falar o que, supostamente, sabe sobre o esquema de propinas. Entre as revelações, Marco Júnior faz menção ao “organograma da corrupção”, agora objeto de investigação do MP e da CPI da Saúde.

Em um dos trechos da conversa de Marli com Marco Júnior, Barbieri fala de uma suposta reforma feita pela primeira-dama, Márcia Rollemberg, na casa da família, que teria custado R$ 800 mil. Marco Júnior, no entanto, demonstra não ter conhecimento do assunto.

Veja trecho da transcrição do áudio entregue ao MP:

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Agora exonerado do cargo que ocupava no GDF, Caio Barbieri diz que nunca recebeu, por parte do governo, retorno sobre as acusações apresentadas. A resposta pelo episódio foi a sua recente demissão.

“Fiz o que qualquer cidadão deve fazer: soube de denúncias de possíveis irregularidades e levei aos órgãos competentes. Cumpri o meu papel. Se o governo não entendeu assim, só posso lamentar. Sempre me encarei como um servidor de Estado, não de governos”, afirmou o jornalista.

Mais demissões
Também nesta segunda, o governador Rodrigo Rollemberg exonerou Valdeci Rodrigues, ouvidor da Saúde, amigo pessoal do vice-governador Renato Santana (PSD) e servidor acusado de extorquir a presidente do SindSaúde. Foi na casa de Valdeci que Santana acabou sendo gravado. No áudio, ele revela que tinha conhecimento do pagamento de propina de 10% dentro do GDF.

A mesma edição do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) que informa a demissão de Caio Barbieri e Valdeci Rodrigues também registra a demissão do delegado Rafael Sampaio, da Assessoria Jurídico-Legislativa da Secretaria de Segurança. Ele é vice-presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil e ofereceu apoio às investigações da CPI da Saúde. Ao Metrópoles, o delegado disse que a exoneração é uma represália à sua iniciativa de propor a força-tarefa.

No DODF, consta que a exoneração de Barbieri foi “a pedido”. Mas o jornalista desmente a informação oficial e diz que a demissão se deu por iniciativa do governo. “Não foi um pedido meu. Foi do governador mesmo”, diz o ex-assessor.

Procurada pelo Metrópoles, a Subchefia de Relações com a Imprensa afirmou que o ato foi motivado a pedido do ex-servidor. Sobre a suposta reforma de R$ 800 mil no apartamento da família de Rollemberg, a assessoria de Rollemberg disse que não houve “reforma alguma na casa do governador” e que a “a fala do jornalista Caio Barbieri é mais uma denúncia sem o menor fundamento”.

(Colaborou Suzano Almeida)

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