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Gim Argello depõe sobre acusação de ter recebido R$ 5 milhões em propina de empreiteiro preso na Lava Jato

Segundo Ricardo Pessoa, delator e presidente da UTC engenharia, dinheiro seria para evitar convocação na CPI da Petrobras

atualizado

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Pedro França/ Agência Senado
senador gim argello ptb
1 de 1 senador gim argello ptb - Foto: Pedro França/ Agência Senado

O ex-senador pelo DF Gim Argello (PTB) prestou depoimento à Polícia Federal na terça-feira (22/12) sobre as denúncias feitas contra ele pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, um dos delatores da Lava Jato. O dono da UTC Engenharia afirmou que pagou R$ 5 milhões para o petebista evitar uma convocação na CPI mista da Petrobras. No termo de declaração há detalhes de como teria ocorrido a negociação.

Os pagamentos, segundo o relato de Pessoa, teriam sido feitos em 2013 (veja abaixo), quando Argello ocupava a vice-presidência do colegiado.

Investigado e preso na Lava Jato, Ricardo Pessoa afirmou, em depoimento colhido pela PF e pelo Ministério Público no dia 26 de maio, como ocorreram os supostos pagamentos. O empreiteiro explicou que esteve, em três oportunidades, na casa de Gim, no Lago Sul. Durante a primeira reunião, o dono da UTC pediu ajuda ao então senador para blindar as construtoras durante o processo de investigação da CPI. Gim teria prometido “avaliar” a questão.

Em um segundo encontro entre os dois — relatado também em depoimento por Pessoa —, Gim Argello teria acenado com a possibilidade de influenciar as comissões parlamentares de inquérito para evitar a convocação do empreiteiro. Em contrapartida, o ex-senador precisaria de dinheiro para sua campanha à reeleição ao Senado. Gim teria pedido R$ 5 milhões e indicado o emissário Paulo Roxo para negociar os pagamentos.

Durante a conversa entre Pessoa e Argello, o empreiteiro perguntou se o ex-senador garantiria que não seria convocado para depor. “100% ninguém garante, mas 90% sim”, teria dito Argello a Ricardo Pessoa.

Facsimile Gim Argelo
Facsimile Gim Argelo

Ainda de acordo com o depoimento do empreiteiro, Paulo Roxo viajou até São Paulo para orientar como seriam feitos os repasses. Quatro partidos teriam recebido o dinheiro, segundo Pessoa. O DEM teria ficado com a maior parte, R$ 1,7 milhão; o PRTB  e o PMN teriam recebido R$ 1,15 milhão cada; e o PR, mais R$ 1 milhão.

 

 

 

 

Ao Metrópoles, Argello afirmou que o depoimento do empreiteiro não faz sentido. “A CPMI indiciou o Ricardo Pessoa e todas as suas empresas. Se ele afirma ter pago para não ser convocado, quanto ele pagaria para não ser indiciado? O relatório final da comissão pode comprovar o que estou falando”, disse o ex-senador. Ele afirmou, ainda, que Pessoa conhece o cenário político do DF e fez doação de campanha para diversas correntes políticas: “Ele fez doações para políticos que lideravam as pesquisas à época. Posso afirmar que pelo menos R$ 50 milhões foram doados a candidatos em todo o Brasil”.

Com reportagem de Carlos Carone

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