GDF vai encerrar contrato milionário de publicidade com as três agências que prestam serviço para o governo
Agnelo Pacheco, Propeg Comunicação e Tempo Propaganda perderão uma conta de R$ 147 milhões. Nova licitação será lançada em breve
atualizado
Compartilhar notícia
O Governo do Distrito Federal decidiu encerrar o contrato com as três agências de publicidade que atendem o GDF. Na última segunda-feira (28/09), a subsecretária de Publicidade, Thiara Zavaglia, chamou os representantes da Agnelo Pacheco, da Propeg Comunicação e da Tempo Propaganda para avisar que a parceria com as empresas não será renovada e que, portanto, termina em 4 de janeiro próximo.
As três agências foram selecionadas em abril de 2012 para dividir um orçamento de R$ 147 milhões. Mas só começaram a prestar serviço para o GDF quase um ano depois, em função dos recursos apresentados por empresas descontentes com o resultado da licitação. Na época, 30 empresas disputaram o pacote milionário da propaganda oficial.O contrato em vigor tem validade de um ano, prorrogável por outros quatro, ou seja, um total de 60 meses. Mas a gestão do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) decidiu abrir nova seleção, movimento natural quando ocorre troca de governo.
Mesmo assim, o anúncio de nova licitação pegou os donos das atuais contas de surpresa. Eles esperavam que primeiro o GDF selecionasse as novas agências e depois dispensasse as que estão em atividade. Ou seja, tinham a expectativa de que conseguiriam renovar o contrato por, pelo menos, mais um ano.
Amparados em dois pareceres que recomendaram o encerramento do contrato – um da Procuradoria e o outro da Controladoria do DF –, o GDF vai dispensar as atuais agências e abrir nova licitação em breve, o que promete agitar o mercado publicitário da Capital Federal. O orçamento reservado para essa concorrência será de R$ 110 milhões.
Entre os fatores apontados nos pareceres entregues ao GDF, um relata uma irregularidade considerada grave. O governo de Agnelo Queiroz (PT) teria gasto mais do que o previsto no contrato de origem.
Com a notícia do encerramento, as atuais agências parceiras do GDF prometem lutar administrativamente e estudam até entrar na Justiça na tentativa de fazer o governo rever a decisão de rompimento. Vão alegar que o processo de concorrência é demorado e pode levar o Executivo a ficar descoberto do serviço das agências de propaganda, caso Rollemberg insista em romper o contrato antes de as próximas empresas serem selecionadas.
A resistência será mais uma dor de cabeça para a Agnelo Pacheco, a Propeg e a Tempo. Juntas, elas são credoras de R$ 53 milhões do GDF, dinheiro referente ao ano passado e que ainda não foi pago pela atual administração. A maior parte desse dinheiro é devida aos meios de comunicação que veicularam anúncios oficiais e ainda aguardam as faturas. As agências costumam ficar com percentuais que variam entre 15% e 20% dos valores de mídia.
Para 2015, o orçamento previsto com a publicidade do GDF é de R$ 75 milhões. Mas, diante da crise financeira que se instalou no DF, o governo tem sido mais comedido com os gastos com publicidade. Com esse clima sujeito a raios e trovoadas rondando a propaganda oficial, vai ficar cada vez mais difícil o GDF sair bonito na foto.