Assessor ligado a distrital Bispo Renato é intimado a depor no MPDFT
Recentemente, o funcionário entrou no epicentro do escândalo que abala as estruturas da Câmara Legislativa. Ele foi apontado por testemunhas como o emissário de um suposto esquema de pagamento de propina envolvendo deputados distritais
atualizado
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O secretário executivo da Terceira Secretaria da Câmara Legislativa do DF, Alexandre Braga Cerqueira, foi intimado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a prestar depoimento na tarde desta segunda-feira (22/8).
Alexandre Cerqueira exerce cargo de confiança indicado pelo deputado distrital Bispo Renato Andrade, do PR (foto de destaque). Recentemente, o funcionário entrou no epicentro do escândalo que abala as estruturas da Câmara Legislativa. Como revelou o Metrópoles no último sábado (20), esse assessor ligado ao Bispo Renato foi apontado por testemunhas como o emissário de um suposto esquema de pagamento de propina envolvendo deputados distritais.
O advogado que representa Alexandre Cerqueira, Marcelo Moura, afirmou que, antes de prestar os esclarecimentos ao MPDFT, o servidor da Câmara quer saber as circunstâncias em que seu nome aparece nas investigações conduzidas pelo Ministério Público. “O Alexandre não se esquiva de prestar depoimentos, só gostaria de ter acesso a esses procedimentos de investigação, o que é uma prerrogativa de direito de qualquer cidadão,”, disse Moura. Segundo o advogado, é ele quem irá ao encontro do promotor Jairo Bisol nesta tarde.
A suspeição levantada contra Alexandre Cerqueira (foto ao lado) é um desdobramento da divulgação de áudios em que a deputada Liliane Roriz grava a colega e presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão. Os grampos sugerem que um grupo de seis deputados seria o beneficiário do esquema envolvendo a liberação de recursos para a saúde pública. São eles: os integrantes da Mesa Diretora — a presidente Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Júlio César (PRB) e Bispo Renato —, além de Liliane, que renunciou à vice-presidência no último dia 17, e Cristiano Araújo (PSD).
Cerqueira, que recebe R$ 17 mil mensais na CLDF, é funcionário da Casa há 20 anos e também tem ligações com o ex-distrital Aylton Gomes, réu na Operação Caixa de Pandora.
Defesa à altura da encrenca
No último fim de semana, Alexandre Cerqueira procurou o escritório dos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Veloso. Os sócios são criminalistas e defendem alguns dos principais réus da Caixa de Pandora, entre eles o ex-governador José Roberto Arruda e os ex-distritais Aylton Gomes e Rogério Ulysses. Ticiano, no entanto, afirmou ao Metrópoles que não fala sobre casos em que não está constituído. Colaborou Guilherme Waltenberg