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Adilson Florêncio escapou das ariranhas no zoo e caiu nas garras da PF

Em 1977, Adilson Florêncio da Costa foi resgatado com vida no poço das ariranhas depois do ato heróico do sargento Sílvio Delmar Hollenbach. Nesta sexta (24/6), ele foi preso na Operação Recomeço, que investiga desvios bilionários dos fundos de pensão da Petrobras e dos Correios

atualizado

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Reprodução
Adilson Florêncio da Costa
1 de 1 Adilson Florêncio da Costa - Foto: Reprodução

Em 1977, uma história chocou Brasília. Um garoto escapou de ser estraçalhado por ariranhas depois que um bravo oficial pulou no poço e livrou o menino das garras dos animais. E os personagens envolvidos, o sargento Sílvio Hollenbach e o garoto Adilson Florêncio da Costa. Um morreu e virou herói em 1977. O outro cresceu e, desde a manhã desta sexta-feira (24/6), está preso acusado de integrar um esquema de corrupção envolvendo desvio bilionário de dinheiro dos fundos de pensão Petros, da Petrobras, e Postalis, dos Correios.

Aquele menino de apenas 13 anos teve a chance de renascer após ser resgatado com vida do tanque onde ariranhas nervosas o atacaram. Na época, o acidente aconteceu porque o garoto tropeçou. A coragem e agilidade do sargento Sílvio Hollenbach devolveram ao garoto a chance de continuar vivo. Em vez de seguir um caminho reto, Florêncio acabou se perdendo e caindo de novo. Só que desta vez, nas garras da Polícia Federal durante a operação, ironicamente, batizada de Recomeço.

Até 2012, Adilson Florêncio da Costa era diretor-financeiro do Postalis. Em 2013, ele foi multado por má gestão na empresa. Antes disso, em 2006, chegou a depor à CPI dos Correios na tentativa de explicar um investimento suspeito de R$ 20 milhões do Postalis em bancos mineiros. Já em 2014, a administração de Florêncio tangenciou o escândalo da Lava Jato. A Comissão de Valores Mobiliários dedicou-se a investigar supostas manobras contábeis fraudulentas que dilapidaram o fundo.

Reprodução/TV Câmara
Adilson depõe na CPI dos Fundos de Pensão na Câmara dos Deputados em 2015

Agora, ele está entre as sete pessoas presas a partir da autorização da 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. O objetivo da Operação Recomeço, que também cumpriu mandados de busca e apreensão em 12 endereços em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, é apurar o possível desvio de recursos dos fundos de pensão Petros e Postalis na compra de títulos mobiliários do Grupo Galileo. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e ativos financeiros no valor de mais de R$ 1,3 bilhão de 46 pessoas físicas e jurídicas supostamente envolvidas no esquema.

Curioso é que 37 anos se passaram desde o acidente no Zoológico de Brasília e Florêncio nunca quis falar sobre o assunto, nem encontrar a família do militar, que virou nome de rua, colégio e do zoológico da capital. Preferiu a discrição. Agora, por um motivo muito menos nobre, os holofotes se voltam novamente para Adilson Florêncio da Costa.

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